domingo, 13 de fevereiro de 2011

AMIZADE A propósito do programa O Amor É, do Professor Júlio Machado Vaz


AMIZADE

Relexão a propósito do programa
O Amor É
do Professor Júlio Machado Vaz


Estimada e estimado colega e/ou amigo ou amiga

O amigo João António enviou-me este link, para eu ouvir. Obrigado João pela tua mensagem e amizade.
----------Mensagem encaminhada----------
De: João António S
Data: 13 de Janeiro de 2011
Assunto: A Mala da Prevenção  Para: Luís Patrício
Eu reenvio e divulgo o link para que se saiba (oiça). Está na RTP Antena 1.
Sou um homem de sorte. A Mala da Prevenção foi ao programa do Professor Júlio Machado Vaz " O Amor é".

Eu não sabia e confesso que fiquei sensibilizado e muito agradecido. Só pude ouvir nesse dia à noite.
Ao Prof. Júlio Machado Vaz que muito aprecio, posso e quero dizer: Bem hajas Júlio pelo teu carinho. Sou um homem de sorte tendo a tua amizade.

O Prof. Machado Vaz é um Profissional, Homem, Pai e Avô, um Cidadão que sem qualquer dúvida partilha o seu saber, que desmitifica conceitos, que nos ajuda a saber usar a capacidade de pensar e que assim fazendo faz avançar o nosso conhecimento. É professor universitário, é comunicador e sabe ensinar. Tem forma e tem conteúdo, muito saber. E não esconde, partilha.

O que afirmo é baseado também na sorte que tive, ao longo da vida de com ele estar e de o ouvir em diversas manifestações técnicas e cientificas em que teve a bondade de aceitar vir colaborar.

Ouvindo este programa do Prof. Júlio Machado Vaz, confirmei que voltei a ter a sorte de um sabedor, amigo e companheiro de percurso, reconhecer a criatividade e a validade do nosso trabalho.

Nem sempre temos sorte, nem sempre sabemos procurar a sorte ou conservar a amizade.
Mas tendo saúde, podemos pensar livremente. Tendo capacidade devemos sempre manter a actividade, trabalhar.

A actividade profissional não está isenta de riscos e é dos riscos que podem surgir os danos.  Decorrente da actividade, profissional ou correlacionada, podem surgir sentimentos “baixos” que até podem desfazer a nobreza de amizades. A História está plena destas histórias.

Há que reconhecer que caminhando pelo percurso da vida também estamos sujeitos a anticorpos, com os riscos e danos consequentes.

A amizade não se revela por promessas, nem se revela por intenções pouco claras ou nebulosas, ainda que decoradas com demonstrativas expressões muito em voga desde o inicio deste século, como seja o banalizado grande grande abraço.

Por detrás da eventual hipocrisia de um grande abraço de amizade podemos sentir outras sensações, evidenciadas por uma atenção cuidada ou pelo nosso estado anímico.
Não me refiro ao Burnout, ou como de diz na língua de Cervantes, El sindrome de quemarse por el trabajo bem conhecido dos profissionais.
Não me refiro à mudança de estratégia do coitado lambe botas ou graxa. Percebe-se quando por conveniência, é feita a passagem do ser humano para a condição de ignorado, porventura num contexto de agora ser má vizinhança.

Refiro-me a algo diferente e mais profundo, a ideias e atitudes que procuram fazer o esfacelamento, o desmantelamento. Em França é assunto conhecido e já há anos revelado.

Marie-France Hirigoyen  (psiquiatra, psicanalista, terapeuta familiar, escreve sobre um "fenómeno social de que até agora se ignorava a amplitude...uma das violências mais destrutivas...demonstra que "cada um de entre nós é um dia actor ou testemunho deste fenómeno. O Maltrato moral  (traduzido do Francês) in Le harcèlement moral dans la vie professionnelle. Démêler la vrai du faux. Marie-France Hirigoyen (2001)

A vida profissional sem a dimensão humana da componente afectiva, transforma quem trabalha e quer pensar, numa peça dum sistema sem graça, desgraçado. Pode ser útil rever o filme de Charlie Chaplin, Tempos Modernos.

A valorização da actividade com dimensão humana e afectiva, não é a hipocrisia ou até a demagogia na vida profissional, quantas vezes retratada na expressão que anula a diferenciação, Colegas: Somos todos colegas..., ou no banal e final de discurso, Porreiro um abração.

O comportamento para com os outros, quer seja feito de forma oculta, ou quer seja agido e despudorado, sendo destrutivo, logo violento, evidencia o desprezo e maltrato moral.

A amizade evidencia-se pelo que se faz na realidade. A amizade constrói-se, alimenta-se e manifesta-se.
É muito mais do que o interesse em comum, situacionista ou conjuntural.
É uma atitude de respeito, de partilha e de entrega em vida a um projecto comum e construtivo, resistindo mesmo com esforço a pressões de clivagem, internas e externas.

A amizade é muito mais do que algum respeito pela evidência de competências, inatas ou adquiridas. A amizade é a expressão da estima, com verdade e proximidade emocional. 

Em Janeiro 2011 a actividade com a Mala da Prevenção foi desejada para a formação da iniciativa do Instituto de Apoio à Criança em Lisboa.
E também foi aceite para a formação de profissionais de saúde, iniciativa da Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral, Delegação dos Açores.
E esteve em actividade na formação na Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, no módulo de Adictologia do Curso de Especialização Tecnológica ‘Intervenção Social em Toxicodependências’, da responsabilidade  do Departamento de Ciências da Educação.

Veja em:

Com todos estas participações e colaborações reconheço que sou um homem de sorte na partilha do pensar e do fazer.


Manifesto naturalmente oa agradecimentos aos organizadores destes eventos.
E agradeço  ao Dr Adelino Dias a cedência da Mala da Prevenção que também usa nas suas actividades no Centro de Saúde de Povoação e agadeço ao Dr Fontes e Sousa, director do Centro de Saúde de Ponta Delgada a cedência da Mala da Prevenção, para uso na formação em Adictologia na Universidade em Ponta Delgada.

Obrigado pelo seu interesse em ler esta reflexão
Aceite a minha estima
Luís Patrício


PS:
Não estou reformado.
Mantenho a actividade em Portugal e fora do país e colaboro voluntariamente na unidade de saúde que ajudei a criar em Lisboa, o Centro das Taipas do IDT.