sábado, 13 de janeiro de 2024

Consumo de canábis, dito recreativo ou festivo Escrito em ÁLCOOL, CANÁBIS E MAIS REALIDADES. O OUTRO LADO DAS VERDADES por LUÍS D. PATRÍCIO


Livro  ÁLCOOL, CANÁBIS E MAIS REALIDADES. O OUTRO LADO DAS VERDADES
Autor: LUÍS D. PATRÍCIO
1a. edição: Lisboa, Junho de 2023
(c) Luís D. Patrício
Projeto Pedagógico Mala da Prevenção
Capa, design e paginação:
Luis Patrício Mala da Prevenção 2023
Coordenação editorial de
José Antunes Ribeiro
Edição: Espaço Ulmeiro Associação Cultural

Canábis, reflexões à volta deste incómodo-------- Pág 26 a 69
Do outrora ao agora --- Pág  26
O consumo de fumos e, mais fumos nas sociedades. Fumar- Pág 28

Consumo de canábis, dito recreativo ou festivo  - Pág 30
A canábis é um produto muito desejado desde antigamente, para uso também no que hoje se denomina uso recreativo ou festivo. Para quem aprecia o comportamento de consumo de fumo, o efeito do fumo de canábis pode ser bastante prazenteiro. 
É comum o consumo de haxixe ser feito misturado com tabaco, produto que está legalizado na nossa sociedade e que é comercializado para pessoas maiores de dezoito anos.
A canábis para uso como diversão, não está legalizada em Portugal, e para quem a compra e a paga, é comercializada, alegadamente, às “escondidas”. Mas, também em Portugal não faltam no mercado ilegal, derivados da canábis utilizados no chamado consumo recreativo. E porque não existe qualquer controlo de qualidade de produção, nem informação à população sobre o produto que é consumido, este uso recreativo não é isento de riscos acrescidos.
Os consumidores referem que abundam derivados da canábis. A “oferta” de haxixe é feita em “tiras” provenientes de uma “placa” ou “sabonete” e também “bolota”. Na área metropolitana de Lisboa, seja em local fixo ou, móvel na rua, a “oferta” de pólen/haxixe
é manifesta. Assim ouvi: “Eu compro pólen a 5 euros o grama. Uma placa de cem gramas custa 180 euros, mas oscila de 140, 190, e 230 o top: não é para mim.”
Com menor disponibilidade encontra-se erva, produto muito desejado, apreciado e mais
caro. O óleo de haxixe é mais raro.

Também em Portugal, na última década deste século e em diversos municípios, tem sido crescente o número de estabelecimentos legalizados, lojas de venda ao público,
onde são comercializados produtos derivados, ou relacionados com canábis. A publicidade a estes estabelecimentos comerciais, faz regularmente a sua associação a
produtos verdes, green, apelo a uma calma relação de pureza com a natureza. Não são estabelecimentos de saúde, mas sim de comércio.
Todas estas realidades são razão para um aprofundamento da investigação e da reflexão sobre estes produtos legais e ilegais.

Para melhor compreensão do leitor, partilhamos agradecidos uma síntese do trabalho realizado por Beatriz Correia, na sua tese de mestrado.
“No âmbito da realização de dissertação de mestrado, foram analisadas amostras herbáceas de canábis obtidas em lojas legais em Portugal (vendidas com a indicação de ser um “produto de coleção”), e outras amostras cedidas para o estudo, obtidas na rua. 
A principal substância psicoativa presente nas amostras de rua foi o ∆9-tetrahidrocanabinol (∆9-THC), que tem teores muito inconstantes nas substâncias não-controladas. 
Nos últimos anos verificou-se um aumento exponencial do mesmo nestes produtos. A canábis tem ainda um papel preponderante em programas de tratamento de adições, sendo responsável por quase metade das admissões.
Os efeitos que o THC provocará no organismo são, tal como o seu teor na planta, imprevisíveis, uma vez que o consumidor não sabe as características do produto que adquiriu.

Relativamente aos teores de canabinóides indicados nos rótulos obtidos nas lojas, apenas uma das quantificações resultou em informação concordante com a rotulada. Em relação aos níveis de canabidiol (CBD) que pode promover, entre outros, o relaxamento
muscular, a maioria das amostras continha um teor muito abaixo da informação fornecida.
Constatou-se que os níveis de THC, ∆9-THC, se encontravam para mais de metade das amostras,em não conformidade com os limites legais estipulados (<0,2% THC).

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Os resultados obtidos levam a querer que a falta de informação é o fator dominante. Quem produz, quem vende e quem compra e consome, não sabe o que tem em mãos. Estes factos demonstram a necessidade do controlo dos produtos disponíveis nestas lojas e dos que estão em circulação no mercado ilegal, bem como a importância de serviços de prestação de análise e informação ao público em geral.
É importante referir, que fazer investigação e produzir informação nesta área revela-se um
sistema complexo. É necessária a autorização da entidade reguladora destes compostos para a sua obtenção, mesmo que em quantidades ínfimas, com uma extensa justificação, e controlo no uso dos padrões, o que leva a um enorme entrave e retardamento na produção científica.” Beatriz Correia. 2022

Importa clarificar o que o ser humano considera ser o uso recreativo.
O consumo humano de canábis para o uso dito recreativo, ocorre na procura de prazer,
individual ou grupal, associado aos seus efeitos psicoactivos. O consumidor imagina o
que deseja sentir. Com frequência, o consumidor refere procurar um agradável encontro
com o prazer, bem-estar, relaxamento, “descompressão”, sensação de liberdade e até
euforia. E há quem procure ainda uma ajuda para a desinibição, para a socialização e
diversão. Mas, só saberá o que acontece depois de consumir fumos. E o mesmo se passa se consumir, comer bolinhos com canábis.
O modo mais usual do humano fazer o uso dito recreativo, é o consumo por via pulmonar, fumando, inalando o fumo provocado pela queima, “fumar uma ganza”, como é usual ouvir dizer. Esse cigarro charro40 ou ganza, contendo a mistura de um derivado da canábis e tabaco, é queimado e o fumo resultante da combustão é aspirado, chupado, fumado. Há consumidores que fumam erva sem misturar com tabaco “ganza de erva”. Há também quem pingue óleo de haxixe num cigarro de tabaco.

O que aqui e agora acaba de ler aqui, é do conhecimento de muitos jovens, já nascidos neste século. Mas, para além das formas de consumir, pode ser útil pensar com mais cuidado, reflectir sobre o conhecimento que existe acerca alguns efeitos no consumidor.
Consumindo fumo, a grande absorção dos químicos da canábis é feita pelos pulmões,
de onde passam para a corrente sanguínea, tal como acontece com a nicotina do tabaco
fumado.
As modificações provocadas pelo consumo de canábis41 no funcionamento do Sistema
Nervoso Central são, pelas mais diversas razões, o efeito vivido como agradável, e por
isso desejado pelo consumidor recreativo ocasional e também pelo consumidor
recreativo regular. O que se revela no ser humano quando consome canábis? Quais são
os efeitos psicoactivos da canábis no consumo humano dito recreativo? Se o organismo
absorver canabinóides, poderão manifestar-se os efeitos provocados por estas substâncias químicas.
O estado da saúde física e mental de quem vai consumir, influencia a forma como cada
consumidor reage ao consumo de canábis. Cada consumidor sente a seu modo os
efeitos do consumo, e que são muitos subjectivos. E não é nada indiferente o ambiente
em que é feito o consumo: individual e isolado ou, feito em grupo.
Os efeitos revelados no consumidor, podem estar relacionados com a sua
personalidade, com as suas expectativas, com a concentração de substâncias
psicoactivas, com a quantidade absorvidas e ainda com a regularidade dos consumos.
40 Os charros, eram também chamados de pintores ou brocas, nos passados anos setenta e oitenta.
41 Quando uma substância tem efeito dose dependente, significa que o aumento da dose aumenta o efeito da substância.

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Os efeitos dos consumos, podem-se manifestar em vários órgãos e sistemas, sendo
aqui destacados alguns efeitos revelados sobre o Sistema Nervoso Central, SNC.
Canábis porquê e para quê? Poderemos dizer canábis prazenteira, para quem dela
retira prazer. E podemos dizer canábis entorpecente para quem com ela consegue
entorpecer. Seria esse o objectivo do “Zé”, jovem menor que dizia: “Tá-se bem. Compro
pólen. Uma tira dá 3 para picas. Uma pica dá-me pedra para três horas. Fumo 3 picas
por dia”. Naturalmente que, neste jovem eram evidentes as suas dificuldades escolares.
Há também quem consuma para “sair”, abstrair, aliviar o mal-estar ou alguma dor42
.
A questão que convém perceber é, saber quando é que a canábis do chamado uso
recreativo, não é mesmo um paliativo para algum mal-estar ou sofrimento, ou seja, um
entorpecente. E assim sendo, o consumo deixa de ser de uso recreativo, para ser de
uso paliativo, ou até, ser um uso como “medicamento” social. Neste caso o seu uso
abusivo é de risco acrescido em crianças e adolescentes, pessoas em fase de
crescimento e cujo desenvolvimento poderá ficar “entorpecido”.
Podemos deduzir que, através do consumo de canábis, também há quem procure
encontrar algum alívio perante uma situação de desconforto ou desprazer, mais do que
encontrar um prazer.
E podemos compreender que, há quem faça consumo de cannabis como sendo, a seu
modo, uma automedicação. Deste modo, será como que uma tentativa de se sentir
menos mal, perante alguma vivência de ansiedade ou de tristeza, ou até de
desorganização ou psicose. De facto, há quem com o seu consumo, procure até o alívio
de alguma grave vivencia psicótica, de um inquietante delírio ou alucinação, apesar da
canábis poder agravar ou desencadear semelhantes sintomas.
Para alguns consumidores, a canábis parece ser uma espécie de panaceia, o que lhe
parece “fazer bem para tudo”. Na verdade, há pessoas que, empiricamente, chamam
ao consumo fumado da ganza... uso recreativo, social e, auto terapêutico.
O que pode revelar o consumo?
Há pessoas que referem que a ganza que fumaram foi bastante agradável e não revelou
alteração vivida como perturbação. Sim, há pessoas que afirmam que o consumo de
erva ou de pólen não revelou distúrbio mental. Esta vivência contribui para que esse
consumo seja valorizado e até “romantizado” ou “beatificado” por alguns consumidores.
E há consumidores que não estão dependentes, que não têm critérios de dependência.
Significa isso que o consumo de canábis, não provoca danos ou até doenças? Para
melhor compreender há perguntas para fazer.
Na pessoa que consumiu derivados da canábis, esse uso foi “legal” (leegal) ou
agradável? E foi “legal” (leegal) ou benéfico para a sua saúde? Consumiu o fumo, ou
usou óleo, ou comeu bolinhos? Foi “legal” (leegal) ou agradável para criar e conservar
amizades? O resultado foi “legal” (leegal) ou agradável para o bem-estar familiar? Foi
“legal” (leegal) ou agradável para as suas capacidades nas actividades, lúdicas, desportivas, culturais, afectivas, amorosas? Melhoraram de facto as suas capacidades intelectuais, escolares ou profissionais? 

Ou será que o consumo não terá sido nada “legal” (leegal) ou agradável, e provocou sofrimento, estragos ou doença?

42 No uso de álcool, substância legal entre nós, é bem conhecido o “dar de beber à dor”, expressão cultural mas, anti preventiva.

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Para além da aceitação individual, social ou cultural do uso de canábis, ou da sua
rejeição individual, familiar ou social, na verdade também há consumidores em quem se
revelaram perturbações, após os consumos43
.
Há pessoas em quem o consumo revelou distúrbio mental. E há consumidores que
necessitaram de ajuda para tratamento. E há consumidores que fizeram o pedido de
ajuda, porque sentiram sofrimento e sem o esperar nem desejar. Para quem adoeceu
com o consumo de canábis, ou, para quem agravou uma doença já existente, tudo
piorou. Sem desejar, há quem refira o lento ou o rápido aparecimento de perturbações
de ansiedade 44, de ligeira a intensa com crises de pânico, instabilidade emocional e outras perturbações do humor, tristeza, pessimismo, cansaço e perturbações do sono.
As perturbações da memória, da atenção, na concentração e na aprendizagem são
bastante referidas.
Essas perdas de capacidades, podem ter significativo reflexo nas competências para
estudar, para trabalhar, para poder conduzir viaturas ou utilizar outras máquinas, e para
fazer desporto. Podem ser graves as alterações na percepção do espaço e do tempo,
nos reflexos, e a sonolência, a euforia ou a agressividade.
Há quem refira sentir alterações na percepção das realidades a que chamam nóias ou
paranoias, alterações do pensamento na forma e no conteúdo, ilusões, alucinações,
delírios, medo, e outros sinais e sintomas que fazem sofrer o doente e suas famílias e
amigos.
A “pedra” ou embriaguez canábica, desejada ou não desejada, é uma intoxicação aguda-
......

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Saúde Mental e Violência Geo-Politica O que pode um indivíduo fazer Por Dr Fernando Pinto. Comentário de Dr João batalheiro


Droga de violência abunda onde é instruída, semeada (LP)

Saúde Mental e Violência Geo-Politica
O que pode um indivíduo fazer

Por  Fernando Pinto. Psicólogo Clínico e Professor do Ensino Secundário

Publicaçao em actualização












Reflexão sobre o tema que Fernando Pinto apresentou de forma sublime
Por Dr Joáo Batalheiro Médico de Familia. Amora.

VIOLÊNCIA

Vivemos tempos violentos que dilaceram o bem estar .

Interrogamo-nos como a civilização, atingindo, um nível mais elevado de saber, retrocede com guerras insanas e antigas que não se resolveram.

Qual é a causa para tanta insegurança e mal estar que nos torna agressivos e intolerantes?

O que nos torna violentos, qual é a mudança ocorrida na sociedade que altera a nossa capacidade de comunicar?

O que leva os jovens e adultos a procurar o prazer imediato que conduz ao desprazer e dependência de produtos que se consomem de forma voraz e compulsiva?

Porque nos procuram cada vez mais pacientes com depressão e ansiedade?

Qual é o nosso papel como médicos, psicólogos, enfermeiros, professores, educadores?

O que é que andamos aqui a fazer?

Talvez tenhamos de “pensar globalmente e agir localmente” como aconselhava a OMS nos anos que antecederam o século XXI.

Somos o maior predador do planeta, consumimos tudo, aniquilamos animais, florestas, cidades, países e auto-destruímo-nos.

A inacapacidade de comunicar parece estar relacionada com o narcisismo individualista, onde todos queremos ser protagonistas e, a frustração à falta de protagonismo.

Comunicar é pôr em comum … reaprender e ensinar a comunicar é urgente.


sábado, 26 de novembro de 2022

Na NOITE consumos de substâncias psicoactivas

Pela NOITE, consumos de substâncias psicoactivas

Luís Patrício
Médico Psiquiatra
Autor do projecto pedagógico MALA da PREVENÇÃO
facebook.com/maladaprevencao.drluispatricio
http://maladaprevencao.blogspot.com/ 

Texto elaborado para respostas a perguntas
da Jornalista Raquel Lito - Revista Sábado


Frequentadores da Noite no Bairro

Conheço pessoas que, por períodos da sua vida, com alguma regularidade frequentaram ou frequentam a noite no Bairro.

Mas, as pessoas que estejam num adiantado estado de dependência já não frequentam locais de diversão, ou fazem-no muito pouco. E quando se recuperam mudam de sítio.

Quem vai para a noite é porque tem desejo de convívio, e a mínima capacidade financeira para pagar e curtir a noite.
Naturalmente que nem todos fazem consumos abusivos.
Percebe-se que, quem sabe consumir, fica bem consigo e com os outros. 

São pessoas comuns, consumidores festivos, adultos, jovens e também adolescentes.
Combinam e frequentam conhecidos lugares da noite para sua diversão, mais populares ou mais elitistas.

Chegam individualmente, aos pares ou em grupo.
Veem-se nas ruas de acesso, depois das 23 h ou mais tarde, sobretudo na 5ª, 6ª ou sábado.

É comum ouvir que as pessoas se encontram no Bairro Alto onde convivem e alguns descem para o Cais (Cais do Sodré).

Desde há muitos anos que os mais jovens adolescentes, pouco tempo ficam no Bairro e vão para Santos. Há quem vá directo. Podem vir de longe e só regressam a suas casas quando já há transportes públicos.
Quem desejar saber mais, pode ouvir a crueza do que disse e está gravado, sobre jovens adolescentes, maioritariamente meninas, e comportamentos de risco, também no Bairro Alto, associado a consumos de substâncias e a sexualidade de risco.
Ver em https://www.rtp.pt/play/p380/e125582/causas-publicas Antena 1 RTP Programa Causas Públicas, Dependências, com Filomena Crespo e Luis Patricio. 

Depois do Bairro, os consumidores de sustâncias legais e ilegais, que querem e que podem, descem para o rio e prolongam a diversão durante as manhãs nas after, “onde alegadamente pode mesmo “haver de tudo”.
Quem desejar pode ouvir de viva-voz, o que nos disse quem sabe, em Drogas na noite. Só não vê quem não quer. 2019.
Ver em https://youtu.be/8JMYlixh32E. https://www.youtube.com/@psimedicina/videos

O álcool é, manifestamente, a substância psicoactiva mais consumida no Bairro.
Foto de Mariline Alves
 
Obviamente que nem todos os que consomem são consumidores abusivos. 

Recordo que consumo abusivo é o que provoca danos ao próprio ou outra pessoa.
Mas, há muito abuso.
Muita "oferta", até com publicidade na rua.
E há muito consumo rápido em quantidade e barato.´
É comum “beber alguns shots e mais umas jolas”.
Pelo comportamento na rua, vê-se muita gente bem tocada e alguns manifestamente embriagados.

Muitos momentos festivos são para muitos consumidores, não para todos, momentos de consumos abusivos.
Uns ficam um pouco mais relaxados ou eufóricos, outros, mais abusadores ou mais sensíveis, ficam embriagados, agressivos ou paranoicos também de acordo com as substâncias consumidas.

Em espaço aberto veem-se muitos consumidores com álcool e canábis.
Há ainda quem, para consumir, diga levar para a noite uma garrafa com substâncias sintéticas diluídas em água ou sumo.
Neste caso não é usual consumirem álcool, mas fumam tabaco ou canábis.

Na periferia do Bairro, há grupos de pessoas mais jovens, que fazem a vaquinha e que levam bebidas alcoólicas destiladas, vinho e cervejas e até sumos ou cola, e assim fazem a sua diversão, no exterior com a sua música e também fumando canábis e tabaco.

Em espaço fechado, pelo que ouço, alegadamente haverá que juntar ao consumo de álcool a branca cheirada (cocaína), o que faz aumentar significativamente a ingestão de bebida alcoólica, sem a pessoa sentir esse efeito. 

É comum as pessoas referirem que a canábis e a coca o que se arranja no Bairro é um engano.
No Bairro é banhada, quase sempre é falso ou marado”. 
Assim ouvi: “No Cais a primeira branca ainda pode ser boa, mas a seguinte é banhada”.


Qualquer consumo de substâncias de origem desconhecida envolve ainda mais riscos para a Saúde.
E a mistura de substâncias ainda mais potencia esses riscos.

Podemos dizer que a grande maioria dos consumidores ditos festivos, faz policonsumo. Claro que têm as suas preferências para a diversão, mas poucos são fiéis a uma substância.

Com a mudança, das horas para fechar mais cedo e, com o confinamento, a noite, o movimento, caiu bastante, mas o Bairro sempre é o Bairro".

Quem tiver interesse em saber mais poderá ver o que publicámos. https://www.facebook.com/maladaprevencao.drluispatricio/videos/1533258016804318/ https://fb.watch/gWigMuCliC/ Mala Da Prevenção Dr Luís Patrício esteve em direto. (do Bairro) 13 de Abril de 2019 · 
(De)BALDES nos RESTOS de + 1 NOITE de COPOS (no Bairro)
Se na “Diversão” o consumismo de ÁLCOOL é o padrão Se para a “Oferta” como se vê “nestes dias o negócio está fraco” e o consumo é com a recomendada moderação de cada um...

Na “Procura” também parece haver moderação em Prevenção.
Na Prevenção há muito esquecimento, ausência ou ignorância ou moderação na qualidade e na quantidade. Assimetrias... 
Consumismo e ignorância do consumidor: mais duas décadas de engano e aumento permanente. https://fb.watch/gWiMAdEaLN/ 
https://fb.watch/gWiPqPVAFa/ 

Testemunho de uma adolescente Canabis Alcool De dia e na noite 2010 2016 
https://youtu.be/WvBrC2L3QDU 
Uma adolescente consumidora de canábis descreve as suas vivências na relação com as autoridades, o consumo com colegas no parque, na escola, as saídas para a noite e o acesso a bebidas com álcool. A simplicidade das verdades, a realidade de quem conhece. Também passa pelo Bairro Alto

Para além do Bairro há mais locais de diversão, como faço referência no meu livro novo Droga Desmitificada e Outras Violências (em preparação). 

“Interesses e riscos aditivos Parecem evidentes para muita gente, neste século e entre nós, os interesses em actividades com riscos aditivos, por exemplo com álcool, tabaco, jogo, canábis, coca e écrans. Em Portugal é inevitável falar do aumento, brutal em alguns contextos, do uso e o uso abusivo de bebidas com álcool, nomeadamente em jovens. Há que assumir que o álcool, é a substância legalizada, cujo mau uso mais danos provoca em consumidores e familiares. E como actividade legalizada, também é inevitável falar do aumento do consumo e uso abusivo de jogo, nomeadamente do jogo a dinheiro, que nem é nada ingénuo nem nada inocente. E como actividade não legalizada, também é inevitável falar do aumento, e de forma brutal em alguns contextos, do uso e do uso abusivo ilegal e banal de derivados de cannabis, produtos de qualidade desconhecida desde há muitos anos. E como actividade não legalizada, também é inevitável falar do aumento e, de forma brutal em alguns contextos, do uso e do uso abusivo de cocaína (cloridrato) para cheirar/ snifar, e de cocaína base (cosida ou crack) para fumar no cachimbo. E como actividade não legalizada, é inevitável falar também do aumento do uso abusivo de substâncias sintéticas, sem controlo, nem crédito de qualidade. LSD, anfetaminicos, md, mdma, GHB, ketamina, entre outras substâncias psicoactivas. 
Segundo testemunho de AB de 17 anos, que conhece a realidade, a abundância “é mesmo verdade. anda tudo esfumaçado. Em Junho, numa festa num espaço aqui… em (Lisboa) havia MD a 7 paus. E havia Ácidos, Keta em pó, álcool; a branca era acessível. Estava tudo esfumaçado. Eu estava todo bezerrado. Não gosto do sabor das anfes (anfetamina) e meti uma bombinha ”. GHB também anda por aí.

As verdades sobre consumos abusivos em Portugal, em ambientes de diversão, em concertos, em festivais e festas. Legais ou ilegais, na noite e nas afters , nos bares, em esplanadas, nos estádios, ouvem-se de todos os lados.
E também se pode ouvir falar de verdades dos consumos abusivos em casa e também no meio escolar, básico, secundário e superior.

E a hipocrisia face a este consumismo e situacionismo, alegadamente exitoso, como que libertário, ouve-se frequentemente e de muitos lados. 

Vivemos, alegadamente, uma situação de demagogia da liberdade de consumo e sem limites no consumismo.” 
Alegadamente, "muita branca (cocaína) alimenta o grande aumento do negócio do álcool".

Luis D Patricio
21- 11- 2022

segunda-feira, 14 de março de 2022

Saúde e mau uso e abuso de substâncias/ drogas sintéticas. Respostas à Jornalista Rute Coelho 2022.

Sobre Saúde e mau uso e abuso de substâncias/ drogas sintéticas

Por Luís Patricio, Médico Psiquiatra 

Autor do projecto pedagógico Mala da Prevenção 

do Maus uso e Abuso de substâncias psicoativas 

e de outros comportamentos de risco para a saúde 

individual, familiar, social comunitário e ambiental 

https://www.facebook.com/maladaprevencao.drluispatricio 

MALA DA PREVENÇÃO http://maladaprevencao.blogspot.com 

Droga Para que saiba http://drogaparaquesaiba.blogspot.com/ 

Colaboração especial Dr. Licínio Santos 

Funchal 

Há 60 anos surgiu a moda do consumo de substâncias sintéticas, estimulantes e alucinogénios.

Há 40 anos, nos EUA, houve um grande incremento na produção de mais substâncias sintéticas, “drogas de confecção ou designer drugs”, cópias de heroína, cocaína, anfetaminas e alucinogénios.

Nos últimos 20 anos tem-se mantido crescente a descoberta de novas substâncias, na ordem das várias centenas. 

Em Portugal, de forma paradoxal, houve de 2007 a 2013, um brutal crescimento de
venda livre, legal, em rede comercial de dimensão nacional, deste tipo de substâncias desconhecidas rotuladas como Sais de banho, Incensos e Fertilizantes para plantas.  

Eram comprados sujeitos a impostos e muitos com a sigla CE, que significa conformidade europeia, selo europeu que indica conformidade com os padrões de saúde, segurança e proteção ambiental”.

Em Maio de 2010 o Observatório Europeu da Droga, sediado em Lisboa, OEDT, publicou um comunicado alerta sobre os efeitos deletérios de algumas destas substâncias, e informando da sua proibição no Reino Unido, na Holanda e mais restrições em outros países. Mas, em Portugal o negócio legal continuou até 2013. Foi apenas então que em Portugal, Continente e Regiões  Autónomas, as lojas de venda smart drugs foram encerradas. 


Durante estes anos, entre jovens e menos jovens, foi aumentando o consumo destas substâncias, muitas desconhecidas e chamadas de drogas de diversão. E, em consequência, aumentaram os danos causados por esses consumos, objecto de inesperados e múltiplos e repetidos internamentos de urgência em pediatria e serviços de adultos.


E, se, a Prevenção do consumo não tinha existido globalmente, ou se tinha falhado para quem adoeceu, também a informação actualizada e formação actualizada dos profissionais de saúde que se ocupavam destes doentes, não tinha existido ou não tinha sido feita como seria desejável. Muitos poucos profissionais tinham conhecimentos e até houve que improvisar formações.


E, sobre a qualidade/ composição, ainda hoje (2022), previamente não se sabe, na quase totalidade dos casos, o que continua a ser consumido, apesar da lei de Redução de Riscos de … 2001, permitir que haja esse conhecimento.  

Se a ilegalização dessas substâncias e o encerramento das smart shops, fez diminuir muito significativamente o consumo, o uso ainda continua. Maioritariamente com aquisição por internet, mas, alegadamente, ainda em lojas de venda de outros produtos (“por baixo do balcão”, ouvi dizer).  O consumo não está anulado. 

As populações consumidoras das regiões da Grande Lisboa, do Grande Porto, do Algarve e e muitas cidades pelo continente, sentiram muito, nos anos da grande “oferta”, os danos provocados por estas substâncias (consumo humano). Muitos sentiram-se enganados, pensando ser inócuo o que era vendido legalmente. E nem os profissionais haviam sido devidamente preparados para ajudar esses  doentes. E, alegadamente, não se ficou a saber tudo sobre o que aconteceu a consumidores doentes, sucesso ou insucesso dos tratamentos.

Conheci consumidores doentes com gravíssimas situações de vivencias de ilusões, alucinações, delírios, angustia, autoagressão e hétero agressão, etc.

Nesses anos, mercê do que anteriormente tínhamos aprendido com colegas no estrangeiro e com os doentes que nos procuraram, e como formador em Drogas Sintéticas na Comunidade Andina de Nações/América Latina (Dr. Luis Patrício Consultor responsable de la ejecución del curso - Proyecto  DROSICAN), pudemos colaborar com alguns colegas que, da região de Lisboa ou de outras regiões, pediram colaboração no tratamento, sobretudo de consumidores de Bloom, mefedrona, mas, não só. E a colaboração e partilha continua a acontecer, naturalmente e regularmente, com colegas que trabalham no Continente e nas Regiões Autónomas. 

A produção continua

Sempre se criam e recriam substâncias sintéticas: estão identificadas largas centenas de substâncias sintéticas e, muitas estão por identificar.  Especificamente sobre o Bombe, dos colegas (por mim) contactados de norte a sul, não há conhecimento do uso desta substância. E eu também não tenho. 


Sobre a Flakka, alguns colegas (contactados) apenas ouviram falar. Mas, é na Madeira que este consumo existe de forma explicita e a fazer adoecer consumidores.


E, em Portugal, o colega Médico Psiquiatra que tem tratado mais doentes, que tem mais experiência clínica com doentes e muito saber sobre as novas substâncias, é o Dr. Licínio Santos, do Funchal.

Desde há muitos anos temos feito trabalho de partilha, reflexões e publicações em conjunto, em Portugal e fora do país.  Por estas razões pedi ao Dr. Licínio, uma vez mais, que me enviasse o seu testemunho, para benefício de quem não sabe e deseja saber. 

O consumo de Substâncias Psicoativas de Síntese na Madeira recai em duas categorias:

1. Canabinoides sintéticos cujo nomes de rua são Gorby, maligna e Fidel 

2. Catinonas cujo nomes de rua são bloom (mefedrona) e Flakka (alfa-PVP) 

Em relação a estes últimos, surgem na rua em embalagens improvisadas (enrolado em pequenos pedaços de plástico, pequenos pedaços de palhinha fechados com recurso ao calor).

O aspecto destas substâncias são tipo cristais ligeiramente translúcido como se fosse sal grosso, em oposição à mefedrona que é um pó branco ou ligeiramente rosado. 


A via de consumo mais usual no momento é fumada - na prata, no cachimbo de água, misturado com tabaco de enrolar; mas também é consumido via endovenosa, snifado e, em casos raros, misturado com comida ou bebida (este pouco comum por causa do início de ação mais retardado e mais difícil controlar dose de consumo). 

Os utilizadores recorrem a esta substâncias por causa do efeito euforia, energia, sentimento de grandiosidade e maior estado de alerta. Contudo ao fim de algum tempo de uso, doses consumidas, o uso serve para aliviar um sentimento interno de compulsão para consumir ou minimizar sintomas de mal-estar resultante do consumo mais ou menos prolongado. 

Como consequência do uso destas substâncias temos utilizadores que se apresentam, extremamente emagrecidos, aspecto muito descuidado e negligenciado, sequelas do uso endovenoso, cicatrizes ou abcessos nos locais de punção, nos braços entre outros, marcada inquietação com incapacidade de permanecer sem  movimento dos membros. 

Do ponto de vista psiquiátrico, os internamentos são a regra, com número elevado à luz da lei de saúde mental por presença de alteração marcada do pensamento e senso percepção. Apresentam ideação delirante de autorreferencia e persecutória ou mais raramente, ideação delirante dermatozoica - Síndroma de Ekbom. A actividade alucinatória é habitualmente auditivo verbal. Vozes comentadoras, que estão associadas ao  conteúdo delirante e que “informam e dão ordens” ao utilizador destas substâncias.

Estes quadros clínicos podem ser de curta duração, horas a dias, ou mais frequentemente semanas ou meses. O desaparecimento destas queixas ocorre nas situações em que há evicção total no uso da substância, mas também em que se submete a um tratamento rigoroso com medicamentos psicotrópicos. 


A recaída e reinternamento faz parte da realidade dos consumidores. 

Do ponto de vista social, laboral e familiar, a desorganização é norma com muitos dos consumidores a viverem em situação de sem abrigo. 

Dos que integram um projeto terapêutico com evicção mantida no consumo destas substâncias, é necessário manter tratamento, por anos, com antipsicóticos e psicoterapia. 

Verificam-se frequentemente alternância nas substâncias de consumo. O policonsumo é a realidade mais comum, associando-se o uso de álcool, tabaco, cannabis, benzodiazepinas e heroína de rua.

                                                                                                                     Licínio Santos

Se, o número de substâncias sintéticas está sempre a crescer, as listas reconhecidas e identificadas com substâncias danosas estão sempre a crescer e a ser alteradas, com maior ou menor atraso. A celeridade da inclusão na lista de substâncias proibidas depende de cada estado.

Foi exemplo significativo o caso da mefedrona, que foi ilegalizada em alguns estados de EU em 2010 e em Portugal em 2013. 

Sobre Prevenção, mais do que apostar ou fazer propaganda, importa trabalhar perante a realidade e fora dos gabinetes.

Profissionais da Saúde, da Educação, Famílias, organizações da comunidade, autoridades, políticos e decisores, têm que assumir conhecimentos, responsabilidades, para que se realizem as mudanças necessárias.

Mais do mesmo resulta no mesmo, nisto: aumento do consumismo. 

Para trabalhar mais na Prevenção, é preciso fazer diferente do que tem sido feito: importa trabalhar mais na Educação e Promoção da Saúde e bem-estar e (precocemente), desde tenra idade. Há que preparar as pessoas para se defenderem da sedução do consumismo. 

Repare-se na banalização de consumos de risco para a saúde e bem-estar, no consumismo, e abuso de comportamentos de risco adictivo (com e sem substâncias legais e ilegais), visível em jovens nascidos neste século e… nos seus pais. 

A “oferta” legal ou ilegal é aberta, muito acessível na cidade e no campo, no continente e nas ilhas e a internet e as entregas ao domicílio são uma realidade. 

Jovens ou adultos pouco acompanhados, isolados, pouco educados, estão mais fragilizados face ao uso de comportamentos de risco e consequente consumismo. 

A ignorância é grande. E, sendo grande, mais favorece o risco quando a oferta também é grande.

Conheci consumidores que adoeceram gravemente pelo uso de Bloom, comprado legalmente e tido como sendo cocaína sintética, cocaína dos pobres. 

Smart Drugs Addition. Portugal. Crítica Social aos 15 meses de tratamento. Março 2014. https://www.youtube.com/watch?v=upwMLArSxUc 

Conheci consumidores que adoeceram gravemente pelo uso de incensos, tido como sendo canábis sintética, canábis dos pobres.  

Parece ERVA, mas uma droga... Consumir aos 50 e às cegas sintéticas desconhecidas https://www.youtube.com/watch?v=NwjfgIfvxtM&t=20s 

Tudo isto num mundo comercial pouco sério ou vigarista com interesses geopolíticos económicos em detrimento dos interesses sanitários e sociais. 

Drogas Sintéticas Synthetic Drugs Portugal Sabe O se consome Mefedrona Mephedrone https://www.youtube.com/watch?v=ZnBOFXhHXJo&t=5s

Drogas Sinteticas Portugal Novedad o Trampa 2010 https://www.youtube.com/watch?v=1VKjoapEgM4&t=341s 

NEW synthetic drugs NEW challenges 3 years FREE trade FREE consumption in Portugal https://www.youtube.com/watch?v=ZBYs2fGGWik&t=304s 

Relembro aqui alguns exemplos, alegadamente ocorrendo em Portugal. 

Reconheça-se como se mantém a acessibilidade ao uso de álcool, até a sua beatificação, promoção de consumo e abuso, sem explicar o que é moderação, sem informação escrita mais completa nas embalagens, como acontece em outros países. 

Veja-se como se faz a procura para inocentar, beatificar o consumo de cocaína. Veja-se como, sendo ilegal, é consumido em estabelecimentos de diversão / restauração.

Reconheça-se a dimensão da intensa ignorância sobre os riscos para o consumidor, da associação destas duas substâncias. 


Reconheça-se a dimensão do mau uso e abuso de medicamentos psicoactivos e o mercado sem receita médica de medicamentos subsidiados pelo SNS.

Reconheça-se o mercado do consumo ignorante da qualidade de canabis e seus derivados e, do consumo de substâncias sem garantia de qualidade adquiridas por internet e entregues em qualquer lugar. 

Vejam-se os interesses geopolíticos económicos relacionados com os múltiplos comércios e indústrias do entretenimento associado ao uso de substâncias legais e ilegais e, a outros comportamentos de risco adicitvo sem substâncias: jogo, écrans, sexo, compras, etc.

Onde não haja Educação para a Saúde e Bem-estar não se valoriza a Prevenção.

Quais os exemplos dos educadores, os dos formadores? 


O que receberam para poder partilhar com crianças, jovens, adultos e seniores? 


Perante um insucesso há que ter a coragem de mudar. 

Os responsáveis e os intervenientes têm de ser pessoas com boas competências humanas e competências técnicas adquiridas. 

Tudo piora quando são pessoas com desconhecimentos do saber, incompetência e características de subserviência para agradar a qualquer poder, local, regional, nacional ou internacional. 


Importa manter o que está bem e mudar o que esteja mal. Mais do mesmo é igual. E se não está bem continua mal. 

Agradecimento ao Dr. Licínio Santos e aos colegas que do Norte ao Algarve puderam responder às perguntas que lhes formulei sobre o uso local de Flakka e Bombe. 

 Muito obrigado.

Aqui pode ler a noticia que a Jornalista Rute Coelho, do jornal NOVO Semanário, publicou a 11 de Março 2022, e para a qual contribuímos com este trabalho.

Bem-haja Jornalista Rute Coelho pelo convite e estímulo à reflexão.



E agradeço a quem visita este blog e as outras publicações que fazemos.

Luís Duarte Patricio

Autor do projecto pedagógico Mala da Prevenção do Mau Uso e Abuso de Substâncias Psicoativas

e de outros comportamentos de risco para a saúde individual, familiar, social comunitário e ambiental 

https://www.facebook.com/maladaprevencao.drluispatricio

MALA DA PREVENÇÃO  http://maladaprevencao.blogspot.com

Droga Para que saiba http://drogaparaquesaiba.blogspot.com/ 

Mala da Prevenção DrLuis Patricio  https://www.youtube.com/user/psimedicina/videos