sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

AS SALAS DE CHUTO QUE TEMOS SÃO UMA "PORCARIA"



AS SALAS DE CONSUMO QUE TEMOS SÃO UMA  "PORCARIA"

Veja o vídeo em

https://www.youtube.com/user/psimedicina
https://youtu.be/afzXc2NJd64

Testemunho de Verdades de quem esteve por dentro de casas de chuto existentes em Portugal.


Estes locais de consumo, locais infectados, são criados e frequentados pelos interessados.


Para muitos cidadãos, estes locais são ignorados, desconhecidos, escondidos ou tolerados. 


Podem fechar umas casas e outras são abertas. Perseguir os consumidores não resolve.

Ajudá-los para fazerem tratamento e recuperação ajuda muito e é o Caminho a fazer por quem tenha competência.

E enquanto essa mudança não surge há que reduzir os riscos a que se sujeita, a que todos estamos sujeitos.

É evidente o mau uso, abuso e desvio de medicamentos, associado a pessoas cujo tratamento está a ser um equívoco ou para quem nem existe tratamento.

Confirma-se o comércio paralelo e sem segurança alguma, para ninguém.


Desde 2001 a lei de Redução de Riscos, permite mudar radicalmente estas situações indignas. Neste âmbito, Sala de consumo asséptico e recatado, nada aconteceu de bom, de útil para os consumidores, para a sociedade. Uma vergonha.


Tem faltado honestidade, dignidade e vontade para mudar esta situação?


Ou será incapacidade ou cumplicidade?


Seja o que for, é intolerável que podendo mudar, havendo necessidade de mudar tudo fique na mesma. 


Tantos anos entorpecidos é demais... 


Pela nossa Saúde... Estas pessoas consomem porque estão doentes. 


Se não têm o tratamento de que necessitam, ou se ainda não o querem, temos que procurar o contacto com estas  pessoas, criar pontes e não criar mais exclusão e mais patologias.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

ACONTECE.. Droga Para que se Saiba




ACONTECE… Droga Para que se Saiba
Tem acontecido, desde há muitos anos responder a entrevistas por convite de profissionais da informação. Desde há alguns anos, por critérios editoriais o resultado por vezes é diferente do esperado, seja em tv, revistas ou jornais.
Ontem aconteceu em tv.

Há 3 semanas aconteceu com um jornal de dimensão nacional.
Para que se saiba aqui deixo minhas repostas que enviei por escrito

Resposta

Nas realidades que conheço, nas áreas da Prevenção / Educação, do Tratamento, da Redução de Riscos e da Recuperação, e da formação/actualização, manifestamente tem havido regressão, significativas perdas desde há mais de 10 anos. Há grandes assimetrias na qualidade e enormes disparidades entre o que se diz que se faz e o que se faz.
Cito alguns insucessos:
  • A ausência de saber do consumidor sobre bebidas com álcool, ou a insuficiência da informação ao consumidor. E ainda a banalização da bebedeira, com o sucesso do consumo juvenil abusivo de álcool,  temporariamente com fidelização legal dos 16 aos 18 anos;
  • A banalização do consumo de cannabis ilegal, no espaço público, comercial, lúdico e escolar;
  • A banalização do consumo de cocaína  e base, em diversos meios sociais, para além do consumo escondido;
  • A banalização do consumo  de substancias sintéticas,  md / mdma e outras similares ou não, incluindo os recentes 3 anos libertários de comercio e consumo de substancias sintéticas desconhecidas;
  • O alargamento de consumo de GHB;
  • As recaídas em heroína, cocaína, sedativos álcool em doentes insuficientemente tratados com metadona ou buprenorfina;
  • A assimetria e importantes carências de tratamento de pessoas doentes com outra patologia psiquiátrica associada  à patologia adictiva - Patologia Dual;
  • O mau uso e o desvio de medicamentos;
  • A mantida ausência de algumas respostas para redução de riscos, necessárias, identificadas e que têm enquadramento  previstas na lei desde 2001;
  • Dificuldades reais em processos de reinserção / recuperação.



Resposta
A informação adequada às verdadeiras necessidades da população é um direito dos cidadãos e pode ser uma boa ajuda, nomeadamente para quem sofre de doença. de dúvidas ou de ignorância.

Resposta
Dispondo de pessoas com competência, justificam-se. Se for apenas para dizer que existem não fazem falta. O que faz a qualidade das respostas, das organizações, são as pessoas que lá trabalham, a sua qualidade, entrega e competência.

Resposta
 Melhorar, mudar para melhor.
Responder permanecente às necessidades das pessoas e não para o agrado dos políticos que por uns tempos, gerem os destinos das respostas preventivas, terapêuticas ou sociais de uma determinada população.
Alguns ou muitos políticos envaideceram  com os ecos estrangeiros da descriminalização e adormeceram face à realidade do nosso dia-a-dia. À assimetria de qualidade, seguiu-se o próprio desinvestimento de trabalhadores,  que não foi alheio ao assédio moral, uma realidade também na saúde em Portugal: criar condições para que as pessoas deixem os serviços. Uma realidade de que se não falou nem se fala... até por medo. 

Descentralizar a gestão e dar mais capacidades à intervenção local, às políticas locais.
É em cada local que se conhecem as necessidades e possibilidades de intervenção.

Se falarmos em dependência sem substâncias ou adições sociais, a situação da prevenção e tratamento ainda é muito frágil, proporcionalmente inversa à enorme dimensão de comportamentos de risco - verdades ocultas.

Mas há quem se revele muito satisfeito, como me disse há cerca de 3 anos o político responsável por esta área:  " ... estou muito satisfeito com a minha equipa". Assim aconteceu e ouvi para meu espanto.