sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

ESCUELA DE OTOÑO SOCIDROGALCOHOL Dinâmica do saber para aprender e partilhar

ACONTECEU, para que se saiba…


XI Escuela de Otoño – Socidrogalcohol


Benidorm 4,5 e 6 Novembro 2010


Realizou-se a décima primeira Escuela de Otoño de Socidrogalcohol, Sociedad Científica Española de Estudios sobre el Alcohol, el Alcoholismo y las otras Toxicomanías, organização de profissionais, colegas com quem há mais de 20 anos, aprendemos e partilhamos.

E como sempre foi organizada e bem organizada pelos nossos colegas e amigos da Região Valenciana.

Nesta XI Escuela tive uma vez mais, oportunidade de fazer um Taller de cinco horas com a Mala da Prevenção.

Da avaliação efectuada pelos participantes destacamos a autoavaliação do nível de conhecimentos antes e após a acção.

Nivel de conhecimentos antes da acção: 1 - 14,3%; 2 - 28,6% ; 3 - 28,6%; 4 - 28,6%

Nível de conhecimento depois da acção: 3 - 14,6% ; 4 - 57,1%; 5 - 28,6%


Mais uma vez fizemos a travessia ibérica, não no meu carro (onde não cabíamos todos), mas partilhando a condução na carrinha nº3 da Associação “Novos Rostos, Novos Desafios”, a quem também agradecemos a colaboração.

Também nesta viagem para a Escuela 2010, tive a sorte de estar acompanhado por profissionais de saúde: duas psicólogas, uma enfermeira, uma técnica e uma assistente social, a quem agradeço agradável companhia


Quero aqui deixar o registo do meu reconhecimento e a minha gratidão aos colegas de Socidrogalcohol, nas pessoas da Dr.ª Azucena Marti e do Dr. Francisco Pascual, entre outros colegas, pela amizade, pelo estímulo e pelas facilidades para os participantes portugueses, nomeadamente para os que não sendo médicos dispõem de menos ajudas para a sua formação.

Tivemos o prazer de encontrar na Escuela, mais três portugueses.

A Dr.ª Olga Fortes, colega psiquiatra com quem há bastantes anos também percorro caminhos e actualmente a trabalhar na Feira e a Eng.ª Sandra Matos, responsável na Reckitt Benckiser Pharmaceuticals e com quem pudemos conviver e partilhar opiniões e experiências.

Também nos cruzámos com Sérgio Oliveira, jornalista que ao longo dos anos apresentei no meu circulo de colegas e amigos de Socidrogalcohol e de outras organizações estrangeiras e que é também director da Dependências, revista para a qual dei o meu modesto contibuto durante alguns anos, facultando fotografias e textos ou textos de outros participantes nacionais ou estrangeiros, sobre formações em que participei.


Luís Duarte Patrício



EU FUI !





Por Luísa Pereira Coutinho

Assistente Social, Amadora


Uma aventura de 72 horas (saída de Lisboa – 3.30h a.m. de dia 4/11, chegada 3.30h a.m. de dia 7/11) organizada e estimulada pelo entusiasmo e disponibilidade que conheço, desde há muitos anos, no Dr. Luís Patrício.


Quase atravessámos a península Ibérica (Lisboa – Benidorm) numa viagem feita sob o lema “Cidade Segura” na viatura, amavelmente cedida pela Associação “Novos rostos, novos desafios”.


Muitas horas de caminho (que permitiu, aos 7 passageiros, conhecermo-nos, rir-mos, dormir-mos…) levaram-nos a um acontecimento de grande qualidade científica (www.Socidrogalcohol.org) com base numa excelente organização ( www.C&Events .es), num espaço lindíssimo.


Esperavam-nos dezasseis “talleres” em formato de Workshop de 5 a 20 horas, sobre os mais variados temas.


Com muita dificuldade, perante a quantidade e qualidade da oferta, tive que fazer difíceis opções. Participei em dois “talleres” de 10horas, que passo a sintetizar:

(i) Las Creencias: Los códigos internos que gobiernan la vida”, coordenado por Vicente Cuevas Martinez – psicólogo clínico; escola de psicoterapia de Valencia.


Parte-se do pressuposto que as crenças são forças interiores poderosas que formatam as nossas emoções e atitudes.


As crenças são generalizações (uma leitura) sobre certas relações existentes que podem ser algo de regenerativo ou limitador. Não se baseiam em ideias lógicas mas funcionam por vínculos. Pelo que há que questioná-las, perceber que impacto têm em cada um e como afectam as várias dimensões da vida.


Como se mantém uma crença? Como se inibe? Como se potencia? Como trabalhá-la?


Vicente Martinez propõe um modelo de intervenção:


Pressupostos básicos para trabalhar as crenças:

1) As crenças podem ser alteradas, caso contrário cria-se resistências.


Quando começamos a trabalhar os sentimentos temos de identificar onde estão as forças, mas também as resistências:

a) Identificar: Sentimentos desejados; sentimentos temidos; sentimentos inibidos;

b) Concretizar o que significa cada sentimento;

c) Priorizar os sentimentos (ex. qual o mais doloroso, qual o de maior prazer?)


2) Questionar a crença, criar duvidas – que elementos a confirmam? Que elementos a “abatem”? Como ela afecta a minha vida = seu efeito?


3) Avaliar as crenças historicamente – localizá-las no tempo; quando e em que contexto se criaram?


4) Debilitar a crença, associar-lhe limitações e dor – qual o mal-estar que ela produz; que crença a poderá substituir e/ou regenerar? Que crença quero ter na minha vida?


5) Orientar para uma nova crença, associar-lhe crescimento e capacidades à nova crença.


6) Como levar este processo a cabo – estratégias.

(ii) Abordaje terapêutico de los transtornos por uso de sustancias en adolescentes: Un modelo integral e integrado”, coordenado por Rosa Díaz – Psiquiatra; Unidad de conductas adictivas en adolescentes; Servicio de psiquiatria y psicologia infanto-juvenil (ÚNICA-A); Hospital clinic Barcelona.


Um modelo integral pelo trabalho sobre a multidimensionalidade dos problemas duma forma multidisciplinar.


Um modelo integrado, pelo tratamento conjunto de problemas aditivos e psiquiátricos, em adolescentes.

Nos adolescentes não se encontram os típicos problemas de adição dos adultos.


A “ÚNICA-A” propõe um plano de intervenção global que se estrutura:

1- Detecção precoce de casos de risco (instrumentos - CRAFFT)

2- Acolhimento: primeiro contacto – vinculação

3- Avaliação da gravidade, factores de risco e de protecção (instrumentos – Teen- ASI)


4- Intervenção motivacional (breve)

5- Informação e psico-educação juvenil

6- Intervenção psico-educativa de pais

7- Indicação para programas terapêuticos especializados

8- Seguimento: trabalho em rede, coordenação; figura de “gestor de caso”


No regresso viemos mais ricos, de conhecimento, convívio e partilha; e mais pesados, com a quantidade de publicações oferecidas pela Socidrogalcohol que provou, mais uma vez a qualidade cientifica que lhe é conhecida internacionalmente.


Obrigada pela oportunidade, a todos os que comigo partilharam esta travessia.






Em Breve:


Memórias de outras Escuelas


Por Luís Duarte Patrício e com a colaboração de outros participantes

domingo, 28 de novembro de 2010

O estrangeiro e as notícias da descriminalização

O estrangeiro e as notícias da descriminalização

da “droga” em Portugal

Por Luís Duarte Patrício

Médico Psiquiatra

Correspondente T3E em Portugal

Desde há 22 anos que tenho tido a sorte de criar laços profissionais e de amizade com colegas estrangeiros.

Pude ajudar a construir no âmbito da profissão e da cidadania a rede Europeia, T3E Toxicomanies Europe Échange Études e a Federação Europeia de Associações de Profissionais ERIT (presidente eleito em 1998 e 1999/80).

Colaboro regularmente com outras associações de profissionais, ex: EUROPAD, Socidrogalcohol.

Ao longo destes anos tive oportunidade de partilhar experiências em 32 países de aprender com colegas de mais de 40.

Muitos destes colegas estrangeiros têm acompanhado a realidade portuguesa no âmbito da adictologia, visitam-nos com alguma frequência, interessam-se pelo que por cá se passa.

Mas ao longo do último ano, alguns colegas referiram os ecos da imprensa sobre o tema da Lei da Descriminalização.

E há quem estranhe o que por lá lê: não corresponde ao país que conhecem e que visitamos em conjunto sempre que oportuno.

Procurei ver na Web o que se tem publicado e com agrado vi notícias claras, mas não foi sem espanto que também vi algumas notícias erradas, fantasiadas e até inverdades.

Passar uma mensagem de forma fidedigna pode não ser fácil, e menos ainda em outra língua, mas há que insistir na clarificação. A primeira notícia é que vale / vende. Uma emenda é um pequeno alívio.

Aqui deixo 2 exemplos ainda que eu não saiba se foram emendados.

Isso aconteceu em Portugal. Eles têm campanhas de saúde reais, dezenas de milhares de crianças andando de bicicleta por toda Lisboa, por exemplo, e as campanhas entraram na rede educacional.

Esta frase está atribuída a Glen Greenwald “jornalista e comentarista político, que escreveu um relatório sobre os oito anos de descriminalização em Portugal para o Instituto CATO dos Estados Unidos”.

http://www.comunidadesegura.org/fr/politica-de-drogas/MATERIA-drogas-oito-anos-de-descriminalizacao-em-Portugal

E sobre Portugal escreve a revista Le Point

Le pays où la drogue est légale

http://www.lepoint.fr/archives/article.php/405797

Há quem diga que a descriminalização mudou o panorama em Portugal.

Sejamos claros e recordemos que a lei anterior praticamente não era aplicada, nem no encarceramento nem nas alternativas que se podiam efectivar.

O esforço de muitos de nós profissionais de saúde foi, durante anos, dirigido para que houvesse mais respostas de tratamento e para que o consumo deixasse de punido como crime. E assim aconteceu.

E de facto o que mudou muito no país foi a criação da rede sanitária iniciada e então construída na medida das necessidades, com empenho dos profissionais e a compreensão e aceitação de médicos e de outros profissionais de saúde, de magistrados e de outros actores judiciais, de professores, e de muitos políticos locais, regionais e nacionais.

A sua compreensão, como "actores sociais" permitiu a muitos outros aceitar que uma pessoa dependente é uma pessoa que está doente.

E que estando doente, dependente, ao consumir de novo procura aliviar o sofrimento da privação aguda, chamada de ressaca, tal como acontece no dependente de substâncias legais, tabaco, álcool.

Deixando de haver criminalização, retirou-se o estigma e diminuíu a resistência do dependente de substância ilegal, na procura de tratamento.

Cito o jornal Liberation:

O assunto do consumo deixou de ser da justiça para ser um assunto de saúde.

Au Portugal, la drogue est une affaire de santé

http://www.liberation.fr/monde/01012303095-au-portugal-la-drogue-est-une-affaire-de-sante

Quando as pessoas consumidoras, integradas ou marginalizadas, consomem para aliviar o sofrimento, há que lhes propor, com verdade e sem demagogia, alternativas sanitárias de qualidade, credíveis e acessíveis, para ultrapassar esse sofrimento, incluindo a alternativa para o sofrimento da exclusão social.

Voltaremos

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O VALOR DA LIBERDADE E A FARSA

O VALOR DA LIBERDADE e a FARSA
O DESVALOR ou FARSA da LIBERDADE sem RESPONSABILIDADE
Por Luis Duarte Patrício
Médico psiquiatra
No mundo ocidental, que ainda é reconhecido por muitas pessoas como o mais desenvolvido, e na Europa ocidental (e também em Portugal), aconteceu nos finais do século passado mais uma significativa mudança cultural.
Foi desenvolvida mais uma radicalização de atitudes e de comportamentos dos seres humanos, ou melhor de alguns seres humanos que fazendo de modelo, contribuíram para o questionamento e desorganização de parte significativa do ambiente social dominante.
O mau uso e abuso de substâncias, reconheça-se ilegais e legais, certamente que não surgiu por acaso, nem continua a desenvolver-se por mero acaso.
Pelos interesses que envolve, pelos interesses que desencadeia e apesar dos danos que provoca na saúde, (e talvez também por isso), o consumismo de substâncias faz parte dos meios que permitem a alguns “beneficiários”, atingir os seus objectivos.

De entre estes objectivos destacam-se, e são motivo de preocupação nomeadamente pelos que não aderem à “moda”, os que fragilizam o Homem e assim fragilizam também a organização familiar e comunitária, a comunidade.

A existência de fragilidades humanas e sociais, o sofrimento, a pobreza e até a miséria de outros, é para alguns homens a possibilidade de criarem ou recriarem poder. Alguns criam a autoridade autoritária, nomeadamente quando não têm o conteúdo e a honra do saber.

Estando nessa condição de falsa força, que de facto evidencia a sua fragilidade, manipulam e usam algum poder, seja com a sua palavra, seja utilizando o medo que a droga desencadeia.
Há ainda quem use e manipule a palavra do poder e faça jogos para obter influência. Tornam-se ditadores em redor da “droga”, na casa onde habitam e mandam, no bairro onde vivem, no local onde se empregam e manipulam, porventura no país onde governam.
Mesmo fora do pequeno mundo de cada pessoa, percebemos que os interesses geopolíticos e financeiros não são novos, mesmo da parte dos países do chamado mundo ocidental.
Temos como testemunho deste facto o que aconteceu, do passado para o presente na América do Norte, com a importante quantidade de trabalhadores orientais dependentes de ópio e de álcool, e mais tarde a quantidade de cidadãos dependentes de álcool e de cocaína.
Também na Europa é significativa a quantidade de cidadãos dependentes de álcool, de tabaco, de cannabis e de estimulantes legais e ilegais.
A promoção de atitudes consumistas…

A promoção das contemporâneas atitudes consumistas como sendo um valor, já fez muito caminho e deixou rasto bem visível. Recriou-se na sociedade a moda dos abusos, das atitudes do excesso do consumo.
E há que reconhecer que surgem em certos ambientes, de entre outros abusos, a moda e o culto do desprezo por alguns valores, inclusive pelo valor da saúde, física, psíquica e social.
Assim, foi aberto ou reaberto, o espaço individual, familiar e social, para novos trilhos ou caminhos. Quando digo reaberto, penso no que terão sido os chamados anos loucos, do início do século passado e, muitos séculos antes o que foi o tempo que antecedeu o declínio do Império de Roma.

Aprende-se com os outros ou é-se sempre original?
Em muitas nações, na Europa e também em Portugal, o chamado “fenómenos da droga”, surgiu como uma oportunidade muito apelativa, um caminho a fazer com deslumbramento, nomeadamente por quem não tem conhecimento ou para quem tem carências na educação.

Os consumidores de substâncias foram descobrindo novas formas de uso e foram ensinando essa forma deslumbrada de ver ou de não ver o Mundo.

Os cuidadores, os que procuram controlar a oferta e reduzir a procura, foram aprendendo, foram-se “formando” e diplomando, recorrendo à experiência, ao empirismo ou ao saber que as ciências podem facultar.

Na Europa Ocidental, após os anos sessenta do século passado, surgiu um período de intensa actividade de estudo, de militância, de intercâmbios e de avanços na compreensão e tratamento das dependências patológicas.
E no final do século, após esse período expansivo mas incompleto, foi diminuindo o nível da exigência que poderia ajudar a construir um futuro com mais condições para o bem-estar do Homem.

Quando há menos exigência na qualidade, cria-se espaço para aumentar o facilitismo. E assim sendo tolera-se tudo, ou quase tudo, porque o vazio não perdoa.

Quase no final da passada década de noventa, disse-me um colega que na sua terra (Escócia), se tornava evidente que havia jovens que decidiam onde militar politicamente, não de acordo com nobres razões ideológicas, mas sim por razões pragmáticas, calculando qual o partido politico que iria gerir o poder no prazo de 10 anos.

O vazio não se tolera nem se aceita, pelo que tem que ser substituído por algo que estando lá colocado ocupe esse espaço. E se não houver selecção nem cuidado, o que vai ocupar esse espaço pode não ser a melhor solução para a situação, nem o que era necessário para melhorar a situação.
Pode ser apenas o que é possível, porventura conveniente e, quem sabe… benéfico para alguém, num contexto imediato. Assim também pode ocorrer com a cunha, o padrinho e o afilhado.

Para preencher algum vazio, numa sociedade consumista há quem coloque/utilize substâncias ilegais ou legais.
E também há quem coloque/utilize pessoas convenientes ou inconvenientes para gerirem os bens da comunidade.

Necessário ou conveniente?
Muitas vezes, de facto assim tem acontecido pelo Mundo e mesmo na Europa, no chamado mundo da droga, e até no mundo da chamada prevenção da droga, e mesmo até na gestão da causa técnica ou pública.
Ainda há nações onde os cuidados para pessoas doentes por dependência estão prioritariamente na alçada dos serviços da justiça.
Ainda há Estados onde a educação para a prevenção do consumismo e para a defesa do meio ambiente, estão fora do alcance das responsabilidades dos intervenientes e dos decisores em educação e saúde.

Boa parte da responsabilidade pela criação dessa situação, empobrecida e empobrecedora, terá que ser dirigida para a anterior geração que não teve, ou a sorte ou o saber ou a capacidade de educar a geração seguinte, e assim sucessivamente.

Por exemplo, em muitos países da Europa e fora da Europa, houve pessoas que não tendo formação/instrução, ou que tendo uma instrução de facto medíocre para as necessidades, foram colocadas em actividades para as quais nunca tiveram competência ou para as quais ainda não tinham competência. E armadas de poder (transitório) julgam-se erradamente competentes pelo saber (em construção contínua).

Quem comete a falta de propor pessoas dessas tem um comportamento insuficiente. E medíocre é a atitude da pessoa que aceita.
Uma incompetente aceitação dessas funções significa que a pessoa tem ambição. Mas a ambição pode ser também uma atitude de pessoas com comportamentos medíocres.

Para muitas destas pessoas de ambição, que porventura não receberam educação para a cidadania, a democracia parece ter como risco o usufruto da liberdade sem o indispensável uso da responsabilidade.
E tratando-se da gestão de um bem como a Saúde, uma situação destas pode ter pelo menos, contornos do risco do caricato ou até mesmo de arrogância e desprezo.

Com o que a vida já nos ensinou nesta Europa a envelhecer, podemos dizer que algumas dessas pessoas tornaram-se capatazes sem saber nem responsabilidade, ditadores na sua efémera gestão da quintarola do poder, mandões no que não produziram e que é pertença da comunidade. Outros tornaram-se bobos da sociedade onde a farsa se desenrola. E outros tornaram-se burlões.

E nas fases ou épocas de festança (festa ruidosa), mesmo daquela que é feita por conta dos resultados positivos resultantes do esforço de outros, ou da festança (festa ruidosa) que é feita por conta de empréstimos e calotes que se acumulam, gastam o que se não produziram.
Quem não sabe de atitudes consumistas e de farsa seja na desbunda de fim de semana, no casamento de fausto, nas "férias de sonho", ou no almoço ou jantar de trabalho em restaurante de luxo ?
Assim se desgastam os bens que foram acumulados, bens materiais, bens de família, os recursos dos humanos, e até em outras áreas, também se desgastam as capacidaddes dos profissionais dedicados, como sendo num registo acelerado da euforia de tudo gastar, de hipomania ou mesmo mania.
Quem sendo pobre de capacidades, tem o azar de aceitar um palco seja por empurrao ou seja por missão, evidenciará em tempo adequado a pobreza da sua falta, na compreensão e no saber.

Há quem na falta da riqueza de conteúdo e de forma, e até mesmo de abundância material ou de dignidade pessoal, e por aspectos da sua personalidade entre na roda-viva para tentar promover o esfacelamento moral de quem lhe parecer saber mais, ou ter mais capacidade.

É uma atitude de farsa essa atitude de roda-viva de fazer de conta que se é abastado, como se nessa matéria fosse conhecedor examinado, bem avaliado e perito aprovado.

Para defesa da honra e promoção da saúde mental temos que evitar estes riscos.
Há que estar atento para poder rejeitar a eventual tentação de ser farsante, seja em nossa casa, seja na Europa, seja em outra região do Mundo.

Sejamos claros e aprendamos com o que nos ensina o dicionário: um farsante é um aldrabão.
Sejamos claros: contrariamente a todas as dependências patológicas, a liberdade é um bem, e é vantajoso que, como bem que é, a liberdade seja gerida com responsabilidade.

A seguir:
A vergonha de trabalhar ou a honra em trabalhar

Alguma boa música e muita conversa pela noite dentro

Amigas e Amigos

É aqui que se pode escutar alguma boa música e muita conversa, duas horas na rádio Antena Um, com Jorge Afonso numa noite de Julho muito agradável.

http://tv1.rtp.pt/multimedia/progAudio.php?prog=2754

Saudações
Luís Duarte Patrício

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

MALA da PREVENÇÃO Saiba mais PARA QUE SE SAIBA que existe e onde é valorizada

Fotografias de actividades e documentação sobre a MALA da PREVENÇÃO.

Em Espanhol

http://maletindeprevencion.blogspot.com/

Em Francês

http://boitedeprevention.blogspot.com/

Em Inglês
http://drugpreventioncase.blogspot.com

Em Português

http://maladaprevencao.blogspot.com/

sexta-feira, 23 de julho de 2010

B A S T A

BASTA

Luís Duarte Patrício

Médico psiquiatra


Basta é uma interjeição que significa, não mais, ou mais não, chega!


Quando o conhecimento não abunda, o Homem está sujeito ao que de bom houver, mas está ainda mais sujeito ao que não presta: acontece a todos os seres humanos. Acontece a quem cuida, o cuidador, a quem trata, o médico que propõe e o terapeuta que aplica o tratamento, a quem gere e decide, o gestor e decisor.


Mas quando Homem já sabe, quando a experiência ou a ciência já lhe ensinou, e quando de facto aprendeu, tem que ousar ser corajoso em vez de ser conformista, de fazer de conta que está cego ou surdo, em vez de fazer de contente e de assobiar para o ar como se não visse.


Quem não vê nâo sabe.

Mas quem já sabe e faz que não vê, faz triste figura. Não sejamos otários.


Se não estivermos atentos podemos estar a fazer o papel de ignorante ou até de farsante, sejamos cidadãos sem profissão ou sejamos profissionais, técnicos, consultores ou políticos.

E podemos fazer esse triste papel em nossa casa e na nossa família, ou em outro local, na nossa rua, na nossa freguesia, na nossa vila, na nossa cidade, na nossa região, no nosso país, no nosso continente, no nosso mundo.


Cada um faz o que faz, mas perante o que acontece e que não deve acontecer, o Homem que de facto é profissional de saúde, tem uma especial responsabilidade social.


E sendo médico aumenta essa responsabilidade perante o doente e perante a sociedade.


E perante a permissividade ou a passividade face às questões que éticamente desvalorizam a condição dos seus doentes, a condição humana, tem que ousar dizer: BASTA! Mais do mesmo não.


BASTA A


BASTA de ACIDENTES com consumoss


O profissional de saúde tem que estar sempre muito atento aos seus doentes. E na área das dependências patológicas e de comportamentos de risco para a saúde, tem que estar atento à eventualidade de um doente em tratamento recair nos consumos daninhos. Há recaídas que podem ser fatais, isto é, causa de morte.


Temos que saber ouvir o que nos diz o doente. Sabemos que diz tudo ou quase tudo.


Podemos informar melhor o consumidor, sobre o perigo que existe após um período de abstinência, de estar diminuída a sua tolerância á substancia que habitualmente consome?


Podemos informar o doente que caso consuma após um período de abstinência, apenas injecte uma pequena dose, para se defender da indesejada intoxicação aguda por sobredose?


Quantas pessoas conhecemos e que morreram nesta condição? Quantas mortes poderiam ter sido evitadas?


“Normalmente volta-se á dose onde se parou”, assim me disse um doente em tratamento, e com uma excelente evolução, comentando o facto de um seu conhecido ter morrido por consumo de heroína logo após sair do internamento numa clínica. A ânsia de consumir seria tanta que, foi a primeira coisa que fez ao sair, e foi-lhe fatal.


Em que condição teria sido feito esse internamento?


Seria de sua vontade?


Alguém imaginou ou alguém disse que iria sair de lá desintoxicado, curado?


Será que a responsabilidade do sucedido é do doente porque estava muito bem informado?


Será que para esse doente teria sido melhor outro tipo de proposta terapêutica?


BASTA A


Evitem fazer morrer”


Sugestões para prevenir que a situação piore


No mundo do livre comércio, e para a escolha de um tratamento sério, pode valer mais a opinião de uma pessoa amiga já conhecedora de respostas terapeuticas, do que qualquer publicidade paga ou a “fama” pela imprensa.


Por muito cansado que esteja com uma situação de dependência e de falta de saúde, antes de decidir aceitar um internamento, antes de fazer um contrato e um pagamento, oiça a opinião do seu médico em que confia.


Se não conhece um médico em que confie, peça a alguém em quem confie para lhe indicar dois médicos e oiça as suas opiniões.


Não acredite que fazendo um internamento para desintoxicação, vai ficar curado da dependência.


Saiba que no tratamento, e no interesse do doente, nem sempre é necessário fazer internamento?


Sabia que há vários modelos de internamento?


Partilhe esta informação:


O risco de morte acidental ou não desejada, causada pelo consumo de dose não tolerada, excessiva, está aumentado quando o consumidor sai de um período sem consumir.


Isto pode acontecer quando sai da cadeia ou do internamento na clínica, ou no hospital, ou quando regressa ao local onde antes consumia.


Com o consumo injectado numa veia, aumenta o risco de sobredose: Avise o consumidor que, por razões de saúde, é melhor evitar caldar, injectar nas veias.


Com informação, com formação, com educação para a saúde, podemos reduzir muito as mortes acidentais por consumo não tolerado na ocasião, que é excessivo


Disse-me um doente cujo amigo teve uma overdose: “Evitem fazer morrer”.



BASTA A

BASTA de VIOLÊNCIA com consumos



Talvez possamos dizer que é escandalosa, até mesmo vergonhosa, a forma como maltratamos a saúde, consumindo em excesso bebidas alcoólicas seja isoladamente ou misturadas, ou até misturadas com medicamentos ditos calmantes ou sedativos.


A agressividade praticada pelo ser humano sob efeitos destas substâncias, atinge por vezes uma dimensão vergonhosa e até criminosa.


É preciso dizer às pessoas que há comportamentos violentos que estão associados ao excesso, ao excesso dos consumos.

Há pessoas que estão sob o efeito de álcool e muitas vezes também de outros psicotrópicos, sedativos, excitantes ou perturbadores, e que por isso são responsáveis pela violência doméstica, violência na rua, violência nas estradas.


Naturalmente que muitas dessas pessoas não desejam ter acidentes. Há pessoas consumidoras que até se dizem cuidadosas ao conduzir. Mas sob efeito de substâncias aumenta a redução na capacidade de bem conduzir, de bem reagir, de reagir em tempo útil, sempre que é necessário. Aumenta pois a possibilidade de acidente.


O álcool perturba no consumidor a sua capacidade de ser bom condutor.

A cannabis perturba no consumidor a sua capacidade de ser bom condutor.

A cocaína perturba no consumidor a sua capacidade de ser bom condutor.

A heroína perturba no consumidor a sua capacidade de ser bom condutor.

Os ácidos e as pastilhas perturbam no consumidor a sua capacidade de ser bom condutor.


Se consumir, seja conduzido.





BASTA A



BASTA de BRANQUEAR consumos


Talvez possamos dizer que é escandalosa, até mesmo vergonhosa, a forma BRANQUEADA, ou quase ingénua como se consome cocaína (chamada de BRANCA ou GULOSA) em locais de diversão nocturna, muitos dos quais ditos “chiques”, segundo a palavra dos frequentadores que são consumidores.



E não se poderá dizer que estes consumidores são todos mentirosos e alarmistas ou manipuladores, e que inventam o que dizem fazer, ou o que vêm fazer por exemplo nas casas de banho.


Significa que há locais de diversão e de consumo, onde também existem áreas de consumo identificado.


Tratando-se do consumo branqueado de COCAÍNA, importa avisar que o uso desta substância, mesmo snifada, é uma grave forma de maltratar a saúde.



E ainda é piorada por aqueles que também associam bebidas com álcool a esses consumos.


Assim consomem mais álcool, porque criam mais resistência aos efeitos desagradáveis do álcool,e obviamente gastam mais dinheiro. Assim agravam as agressões à saúde.


Muitos ainda não sabem que a mistura de álcool com cocaína cria uma outra substância.


Assim esse consumidor passa a ter em circulação para além do etanol e da cocaína, o cocaetanol, substância ainda mais agressiva para a saúde de quem consome.


terça-feira, 6 de julho de 2010

ACONTECEU … PARA QUE SAIBA






ACONTECEU … PARA QUE SAIBAReflexão, educação e actualização, para mais e melhor saber

Aconteceu no PORTO na Fundação Cupertino de Miranda
Junho 2010, nos dias 18 e 19

VII Colóquio Internacional de Esquizofrenia do Porto

Iniciativa do Prof. Pacheco Palha e do Prof. Marques Teixeira, a quem agradeço a possibilidade de participar na Mesa redonda intitulada A Cannabis (Haxixe) e
a Saúde Mental.
Nesta sessão participaram também os Professores Valentim Gentil, (vindo de São Paulo), Marques Teixeira e Pacheco Palha, e o Dr. Rui Osório, Padre e Jornalista, que foi moderador.
Foi mais uma oportunidade que tive para procurar desmitificar o conceito de droga, recorrendo à utilização de alguns objectos da minha Mala da Prevenção e recorrendo à reflexão sobre aspectos sanitários, culturais e geopoliticos dos consumos.Na eventualidade de este assunto justificar a atenção de alguns interessados aqui deixo algumas notas sobre uma das polémicas deste tema.

CANNABIS E ESQUIZOFRENIA
Por Luis Duarte Patrício


A cannabis é uma planta cujo principal principio activo é chamado de 9delta tetrahidrocannabinol. Mas na cannabis há outros e importantes metabolitos.
Se o Homem consumir esta planta ou os seus derivados, poderá sentir os efeitos que ela revelar. E esses efeitos podem ser revelados em vários órgãos e sistemas, nomeadamente sobre o Sistema Nervoso Central.
O consumidor pode sentir alterações da percepção da realidade/sintomas psicóticos, alterações do humor/sintomas de depressão ou de exaltação do humor, alterações da ansiedade / pânico / fobia, entre outras.
A esquizofrenia, ou melhor as psicoses esquizofrénicas são graves doenças mentais, que condicionam imenso a liberdade do Homem em gerir as suas capacidades e que se não forem tratadas tendem a evoluir para a incapacitação. Repito: são doenças mentais muito graves. Aceita-se que 1,1% da população sofra de esquizofrenia.

Com o grau de conhecimento científico actual, é abusivo afirmar que o consumo de cannabis provoca esquizofrenia.
Com o grau de conhecimento científico actual, é abusivo afirmar que o consumo de cannabis não provoca esquizofrenia.
Com o grau de conhecimento científico actual, não é abusivo afirmar que o consumo de cannabis pode revelar esquizofrenia, pelo menos em pessoas predispostas.
Significa que não se pode garantir que o THC seja causa de esquizofrenia, mas parece que o THC é de facto um factor precipitante: o THC exacerba sintomas psicóticos já existentes (dose dependente).


Cannabis e o seu mau uso e abuso:
uma realidade contemporânea

Os derivados da Cannabis, são o produto ilícito mais consumido no mundo. O consumo destes produtos psicoactivos, vem logo após ao consumo de álcool e de tabaco.

As modificações no funcionamento do Sistema Nervoso Central são, pelas mais diversas razões, o efeito desejado pelo consumidor recreativo ou regular de cannabis.

A intoxicação aguda, pedra ou embriaguez cannabica atinge-se com o consumo de 10 a 15 mg THC fumada e de 20 a 40 mg THC ingerido. Um consumo de 100 a 300 mg por dia, parece interferir de facto a maturação do sistema nervoso central.

Actualmente está reconhecida em muitos países a elevada prevalência de consumo de dois dos seus principais derivados, a erva (ou marijuana) e a resina (ou haxixe), nomeadamente em países ocidentais, seja na Europa seja no continente americano.
Os estudos epidemiológicos testemunham estes factos, nomeadamente em população jovem, mas não só.

Desde a segunda metade do século passado que o consumo se tem vindo a banalizar em muitos meios.

E como a idade também passou para quem foi jovem outrora, esses consumidores estão agora em idade que são referência para os seus filhos e para os seus netos.

Este tipo de consumo ficou nos hábitos de muitos cidadãos que hoje exercem as suas profissões, da melhor forma que podem e com o que sabem: assim gerem as suas vidas.
Certamente que, por esse mundo fora, alguns são políticos, engenheiros, médicos, professores, juristas, ou porteiros, artistas, empregados de escritório, canalizadores, etc.
Conhece alguém que seja consumidor de algum derivado da cannabis?

Será que conhece na Europa, ou fora da Europa, algum político local, regional, nacional, internacional que seja consumidor ocasional ou regular de derivados de cannabis, ou que seja consumidor dependente de algum derivado de cannabis?
Não é difícil imaginar a legalização do seu comércio e consumo, logo que num parlamento uma maioria de parlamentares seja consumidora. Assim defendem os seus interesses, digamos… consumistas.

E assim se resolverá um problema legal, que antes da ilegalização não existia e que foi criado com… a ilegalização. E assim se resolverá o importante problema de acessibilidade que ainda é clandestina que deixará de o ser.

Certamente que então haverá mais concorrência na oferta. Se aumentar a oferta, baixam os preços, abre-se a possibilidade para a cobrança de impostos e pode melhorar alguma qualidade se as autoridades fiscalizadoras forem eficazes.

Este aspecto é importante porque há sempre a possibilidade de existir contrafacção, tal como acontece com outras substâncias psicoactivas legalizadas, como sejam as bebidas com álcool, os tabacos e certos medicamentos.

Assim se irá encontrar mais uma fonte de rendimento para os estados que eventualmente venham a aplicar taxas sobre mais um "bem de consumo", tal como já acontece com muitos outros, que não sendo importantes, foram promovidos a "bens essenciais" para a vida de certos consumidores independentes, que passaram a consumidores dependentes.

Poderá assim agravar-se um problema de saúde. Mais um com o qual a comunidade terá que aprender a lidar, para o minorar, como acontece com o tabaco, com o álcool e com alguns medicamentos.

Note-se que para o tratamento de pessoas doentes, a Medicina já dispõe no mercado farmacêutico de medicamentos cannabinoides sintéticos: Dronabinol e Nabilona. Claro que não se trata de propostas para uso dito "recreativo"...

Importa reconhecer que a PREVENÇÃO bem feita, tem eficácia de EDUCAÇÂO a nível local, e vice versa.
Há comunidades ou melhor dizendo casas de família, onde não se fuma.

Há famílias nucleares onde nenhum membro chupa cigarros acesos.
Apesar dessa atitude sadia, fuma-se ou inala-se o fumo que outros humanos produzem.
Há comunidades ou melhor dizendo casas de família, onde convivem abstémios de álcool, ou abstémios e consumidores de bebidas com álcool, mas sem que estes façam mau uso ou abuso dessas bebidas.
Creio que, muito mais do que a legalidade ou a ilegalidade jurídica, que pode mudar de acordo com os tempos e as culturas, temos que nos questionar se os consumos que fazemos de substâncias psicoactivas, são ou não são legais, isto é sadios para nossa saúde.

A boa PREVENÇÃO sedimenta-se na boa EDUCAÇÃO para a cidadania, ainda que esta não garanta em absoluto a ausência de comportamentos de risco para a saúde.
Mas quem dela usufruiu está mais capaz de se defender dos riscos, de bem optar e em caso de equívoco, de recuperar a liberdade de gerir a sua vida de modo mais autónomo.


PARA QUE SE SAIBA…

Aconteceu em VIANA do CASTELOno DEPARTAMENTO de PSIQUIATRIA e SAÚDE MENTAL do HOSPITAL.
Junho 2010, no dia 18

Uma Manhã de Formação destinada aos Médicos do Internato da Especialidade de Psiquiatria, com recurso á metodologia usada com a MALA da PREVENÇÃO© Dr. Luís Patrício.


Esta acção de formação decorreu por iniciativa da Dr.ª Lucinda Neves, médica psiquiatra especialista no Hospital e ex directora e fundadora do CAT de Viana do Castelo, a quem agradeço a possibilidade de participar.

Estive lá, ouvi, senti, vi e pensei… Reacções para partilhar
Drª Lucinda Neves, Médica Psiquiatra
Logo às 9h da manhã...Estava até um pouco nervosa.... Era a minha 1 ª vez, pois estou no Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental há apenas 9 meses e o Luís Patrício era o meu 1º convidado …
Ouvi...  
Como sempre com alguma perplexidade, esperando o que o “mágico “ ia tirar da mala...da qual já tinha ouvido falar mas que ainda não conhecia!
Senti...
(um pouco mais difícil de descrever...)
Senti um misto de ALEGRIA contagiante e de ORGULHO....
Alegria, porque a comunicação fluía num ambiente todo ele dedicado ao lúdico e onde os participantes ...também eles infectados por este sentimento...alinhavam e entravam nesta divertida dimensão...
Orgulho, um grande e enorme orgulho por não conseguir deixar de pensar que estava perante um dos meus pares!... (e nem sempre conseguimos sentir orgulho pelos nossos pares!)
Vi...
Como a simplicidade de um instrumento, como é o caso da “mala”, pode servir em qualquer contexto. Neste particular contexto da reunião em Viana do Castelo, onde a assistência era composta de jovens médicos, internos de psiquiatria, alguns já com anos de formação nesta área e portanto algum conhecimento e contacto com a matéria, penso que todos sentimos que estávamos a aprender... todos vimos algo de novo...!
Pensei...
Em pedir mais … e mais... acções, performances, palestras, comunicações... pois o Dr. Luís Patrício tem ainda muito para dar...
Para partilhar...!
Lucinda Neves


 
Aconteceu em LISBOA no SANTIAGO ALQUIMISTA
Julho 2010, no dia 1
Fomos enganados! Afinal não há droga!
Iniciativa integrada no ciclo BANALIDADES

Das 19 às 21,30 aconteceu a apresentação e debate, do tema Fomos enganados! Afinal não há droga, destinado a um auditório de 30 pessoas, constituído maioritariamente por profissionais de saúde e do ensino.
A animação foi feita com apoio na MALA da PREVENÇÂO© Dr. Luís Patrício
Iniciativa do Dr. Luís Gamito, médico psiquiatra e ex Presidente do Conselho de Administração do Hospital Júlio de Matos, Lisboa, a quem agradeço a possibilidade que tive em participar.

Foi um excelente tempo de reflexão em interacção com o auditório, procurando desmontar o que nos foi transmitido como conceito de "Droga", substância mágica, diabolizada ou enaltecida, que vem e não vem de "fora" e que por muitos é até louvada, quando por prazer ou alivio do sofrimento, necessitam de a por "dentro."

Aguardam-se reacções de participantes, para partilhar com quem lá não esteve.


Á margem da minha partilha, permito fazer três registos.


No caminho para o local passei pela Igreja de Santiago, bem perto do Castelo de São Jorge. Pela estima que nutro pelos Caminhos, aqui deixo a foto, de um um local que certamente é final e início de etapa do Caminho. Voltaremos...
Encanto com a música e com humor, foi o espectáculo oferecido de seguida por dois profissionais de saúde, psicólogos de profissão e encantadores com a música. Voltaremos...
Após a sessão e ainda na sala, tive a sorte de conhecer e conversar um pouco com um artista músico guitarrista e professor. A essse homem quero agradecer a sua música. Aos amigos quero recomendar em absoluto essa música, pela qualidade, prazer latino americano e descontracção que proporciona.
A não perder Carlos Gutkin, guitarra Álbum Jardins de Luz. www.myspace.com/carlosgutkin

Estive lá, ouvi, senti, vi e pensei… Reacções para partilhar


Estive lá!
Por Elisabete Moutinho

O tom desafiante, ousado e perspicaz, que por vezes nos desalinha, nos faz corar, sentir ignorantes é o mesmo que cativa e convida a pensar no que sabemos, não sabemos ou julgamos saber sobre drogas (que afinal nem existem!!?).
Despontar a reflexão sobre o ser humano no seu mundo de dependência, que é tão mais alargado e comum do que à partida consideramos, para poder transmitir, prevenir e transformar.
Obrigada, estou curiosa e pronta para saber mais.



Outros eventos para desenvolver e partilhar oportunamente


… Para que se saiba


ACONTECEU… em LONDRES, em 7 e 8 de Junho 2010,

ACONTECEU… em ZAGREB, Croácia, em 27, 28 e 29 de Maio 2010
ACONTECEU… em COMPIÈGNE, França, em 21 de Maio 2010
ACONTECEU… em CHANTILLY, França, em 2O de Maio 2010
ACONTECEU… em BEAUVAIS, França, em 19 e 20 de Maio 2010



ACONTECEU… em BEAUVAIS, França, em 19 e 20 de Maio 2010

Eu estive lá...
RUMO A FRANÇA
Por Rosa Mateus 

Assistente Social
Em Maio, eu e um grupo de vários profissionais da UD-Centro das Taipas tivemos a oportunidade de ir a França.
O desafio, apoiado pelo nosso Director Dr. António Costa, que também participou das celebrações do SATO, foi-nos lançado pelo Dr. Luís Patrício.
As comemorações dos 30 anos do S.A.T.O (Service d’Aide aux Toxicomanes de L’Oise) foram celebradas em 3 cidades da Picardie. Creil, Compiègne e Beauvais.
Para nós foi o seminário internacional sobre Comunidades Terapêuticas, realizado na bonita cidade de Beauvais, o mote para uma aventura em que a partilha de saberes, o companheirismo e boa disposição estiveram sempre presentes.
Escolhemos ficar alojados em Hotéis Fórmula 1, porque são menos dispendiosos e uma das noites em Saint-Denis (arredores de Paris).
Foi interessante estar num bairro em que eram visíveis as fragilidades sociais. Quando chegámos ao bairro e sendo um grupo de 12 mulheres e apenas um homem, fomos de imediato alertadas por um residente para a possibilidade de sermos assaltados.
Apesar do alerta um dos elementos do grupo foi assaltado.
Prontamente a polícia entreviu e o grupo teve capacidade de reconverter este acontecimento menos bom, num momento de "exploração do território".
Visitar o bairro á noite em carros da polícia (!) para tentar identificar o assaltante.... é uma verdadeira aventura.
Confesso que esta forma irónica com que agora relato esta situação tem como mediador o factor tempo.
Em contraste com este acontecimento, quero destacar o glamour dos franceses reflectido na hospitalidade com que nos receberam em Beauvais.
E no contraste com este bairro, todo o glamour de uma cidade, designada, a cidade do amor - Paris.
Foi encantador estar ou voltar a estar em Paris. Foi possível desfrutar da cidade, desfrutar de momentos de informalidade com os colegas. Momentos repletos de afectividade e boa disposição. Falava-se de trabalho... mas isso é inevitável.
 No seminário em Beauvais, os trabalhos versaram temas diversificados.
 Com representantes de vários países foi possível perceber os vários modelos de Comunidade terapêutica, a taxa de cobertura destas estruturas nos diferentes países representados, a legislação que regulamenta estas entidades, etc.
Foram três dias intensos que incluíram uma visita guiada a Comunidade Terapêutica.
De salientar a hospitalidade com que fomos recebidos pelo Presidente do SATO, pelo Director Clínico e amigo Dr. Jean Pierre Démange, por toda a equipa SATO e pelos residentes da Comunidade Terapêutica.
Porque o prazer pelo trabalho, aguça a obra... os momentos festivos, promovem a "exploração de relações "entre as pessoas.
O mesmo espaço onde decorreram os trabalhos do seminário internacional, reconverteu-se num espaço festivo. Aconteceu assim o jantar convívio, com glamour, boa disposição, musica, dança e obviamente muitas fotografias para retratar o momento.
 Foram muito importantes, todos esses momentos de partilha.

ACONTECEU… em NOGENT S/L’OISE, França, em 18 de Maio 2010







ACONTECEU… na COVILHÃ, em 14 e 15 de Maio 2010
ACONTECEU… em OVIEDO, em 21,22,23 de Abril 2010
ACONTECEU… em SANTARÉM, em 13 de Abril 2010
ACONTECEU… em CARACAS, em 10 de Abril 2010

ACONTECEU… em PONTA DELGADA, na Universidade, em 15 e 16 de Janeiro 2010

Aconteceu em 2009
ACONTECEU… em LAMEGO, em 28 e 29 de Novembro 2009
ACONTECEU… no PORTO, em 27 de Novembro 2009
ACONTECEU… em LISBOA, de 16 a 21 Novembro 2009
ACONTECEU… em BENIDORM, em 5,6,7 Novembro 2009
ACONTECEU… em ANGRA do HEROÍSMO em 2 Outubro 2009
ACONTECEU… na HORTA e na MADALENA do PICO, em 17, 18 e 19 Setembro 2009
ACONTECEU… em MAÇÃO, em 11 Setembro 2009

ACONTECEU... em BOGOTÁ, em Junho de 2009
ACONTECEU... em LA PAZ, em Junho de 2009
ACONTECEU... em QUITO, em Junho de 2009
ACONTECEU... em LIMA, em Junho 2009
Significa que não se pode garantir que o THC seja causa de esquizofrenia, mas parece que o THC é de facto um factor precipitante: o THC exacerba sintomas psicóticos já existentes (dose dependente).