Canábis e demais substâncias em Portugal.
Legal para a saúde e bem-estar?
Juridicamente aceite?
Deste presente para que futuro?
As respostas às transformações sociais que envolvem riscos para a saúde individual, familiar e comunitária, têm que mudar, por forma a procurar promover a qualidade da vida.
Há que actualizar o saber, até para fazer face às contradições existentes numa sociedade consumista.
Os tempos mudam, as vontades mudam,
há hábitos sociais que mudam e ... a sociedade muda.
Evidências, não se podem negar
Considero uma vergonha o que (não) se tem passado em Portugal, perante o mau uso e abuso de substâncias psicoactivas.
Em muitos locais e em muitas áreas, estamos cada vez mais desactualizados em relação ao que de melhor pode ser feito em tratamento, em prevenção, em redução de riscos, do que de melhor deve ser feito para promover a saúde e bem-estar individual, familiar, comunitário, social, ambiental.
Visível e inegável em Portugal
Em muitas localidades,
em inúmeros locais para socializar na
diversão (diurna ou nocturna) o consumo na rua, em cena aberta, de
substâncias psicoactivas ilegais ou legais, canábis (erva, haxixe), md e
outras pastilhas, álcool, tabaco, cresceu imenso desde há uma dezena de anos e tornou-se
uma vulgaridade.
E nas madrugadas, nessas áreas de consumo, não é raro ver na rua pessoas muito jovens, prostrados, ou agitados, embriagados com álcool, com canábis, ou sob efeito de outras substâncias.
Em alguns ambientes escolares, do ensino médio e superior também se banalizaram alguns consumos de substâncias ilegais.
Jovens pré-adolescentes e adolescentes têm, em número crescente, engrossado o número destes consumidores.
Se estes jovens consumidores têm agora, em 2015, entre 12 e 20 anos, isso significa que frequentaram o ensino básico entre 2001 e 2012.
Será que a educação para a saúde e a educação para a cidadania robusteceu muitos destes consumidores?
Será que puderam beneficiar de programas de Prevenção?
E nas madrugadas, nessas áreas de consumo, não é raro ver na rua pessoas muito jovens, prostrados, ou agitados, embriagados com álcool, com canábis, ou sob efeito de outras substâncias.
Em alguns ambientes escolares, do ensino médio e superior também se banalizaram alguns consumos de substâncias ilegais.
Jovens pré-adolescentes e adolescentes têm, em número crescente, engrossado o número destes consumidores.
Se estes jovens consumidores têm agora, em 2015, entre 12 e 20 anos, isso significa que frequentaram o ensino básico entre 2001 e 2012.
Será que a educação para a saúde e a educação para a cidadania robusteceu muitos destes consumidores?
Será que puderam beneficiar de programas de Prevenção?
Este consumo de rua, despudorado, crescente nomeadamente desde meados da primeira década deste século, só não o viu crescer quem não quis.
O aumento de
consumidores jovens, a sua idade cada vez mais precoce na iniciação em consumos
abusivos, pode significar que, para estes jovens a pedagogia para a Prevenção,
se existiu, ainda não produziu os efeitos desejados.
Numa perspectiva
estratégica de promoção de consumo, o facto de a iniciação ser feita cada vez
mais em idades precoces, garante uma crescente fidelização de consumidores e o alargamento do mercado.
Urge rever as
estratégias preventivas, se, como é desejável, se pretende a contrariar a
iniciação no mau uso de substâncias psicoactivas ou, pelo menos procurar
atrasá-la para a idade adulta.
Negável e existente em Portugal
Nem sempre é visível em cena aberta, o consumo de cocaína
snifada, o consumo de outros estimulantes ilegais, e também de cocaína fumada,
o consumo de heroína fumada ou o consumo intravenoso de heroína, cocaína, ou
midazolam.
Mas são realidades e que expressam, em muitos casos, comportamentos de automedicação. É deste modo que muitos consumidores dependentes, procuram aliviar temporariamente e a seu modo, o sofrimento que têm.
Mas são realidades e que expressam, em muitos casos, comportamentos de automedicação. É deste modo que muitos consumidores dependentes, procuram aliviar temporariamente e a seu modo, o sofrimento que têm.
Inegável e existente em Portugal
Em
muitos locais de diversão e socialização nocturna, em muitos locais de
socialização associada a espectáculos e outros eventos comerciais publicitados
e integrados, ou assumidos como marginais, o consumo abusivo de substâncias pode
ser bem visível.
Mas são muito menos visíveis as actividades de redução de riscos, que deveriam ser prática comum nestes contextos.
Mas são muito menos visíveis as actividades de redução de riscos, que deveriam ser prática comum nestes contextos.
O consumo e o abuso na rua de álcool, de erva, de haxixe, de tabaco tornaram-se uma
vulgaridade em muitas localidades, em inúmeros locais de socialização na
diversão (diurna ou nocturna).
A promoção do consumo está a resultar e a adquirir mais membros consumidores e jovens que lhes garantam a sua progressão. E, quem negoceia, naturalmente, ficará muito sati$feito. O circo do cerco continua.
A promoção do consumo está a resultar e a adquirir mais membros consumidores e jovens que lhes garantam a sua progressão. E, quem negoceia, naturalmente, ficará muito sati$feito. O circo do cerco continua.
Sugiro a leitura de posts de:
Nov 2010
A primeira notícia é que vale / vende. Uma emenda é um pequeno alívio.
Aqui deixo 2 exemplos ainda que eu não saiba se foram emendados.
Isso aconteceu em Portugal. Eles têm campanhas de saúde reais, dezenas de milhares de crianças andando de bicicleta por toda Lisboa, por exemplo, e as campanhas entraram na rede educacional.
Esta frase está atribuída a Glen Greenwald “jornalista e comentarista político, que escreveu um relatório sobre os oito anos de descriminalização em Portugal para o Instituto CATO dos Estados Unidos”.
E sobre Portugal escreve a revista Le Point
Le pays où la drogue est légale
O que é dito.
Toda a verdade ou, nem toda a verdade?
Há quem diga que a descriminalização mudou o panorama em Portugal.
Sejamos claros e recordemos que a lei anterior praticamente não era aplicada, nem no encarceramento nem nas alternativas que se podiam efectivar.
O esforço de muitos de nós profissionais de saúde foi, durante anos, dirigido para que houvesse mais respostas de tratamento e para que o consumo deixasse de punido como crime. E assim aconteceu.
E de facto, o que mudou muito no país foi a criação da
rede sanitária,…
Out 2012
Fev 2011
Junho 2010
Nem todos pensamos e vemos da mesma maneira,
nem nos mesmos momentos.
Políticas e Dependências
Deste meu livro (Nov 2014), transcrevo o seguinte texto:
Parece-me que os agentes políticos, cada cidadão, cada adulto com responsabilidades, interessados consumidores e não consumidores, deveriam pensar seriamente nos benefícios e nos inconvenientes em fazer retirar da alçada da lei a interdição do uso doméstico da planta da cannabis. Quem reconhece que a realidade da banalização da cannabis está numa dimensão crescente, pode...
A responsabilidade sobre a planta da cannabis tem vigorado do lado do Estado, dos cidadãos, das famílias. E tem sido enorme e crescente a realidade do consumo dos seus derivados, erva e resina. A situação existente resulta também do que de bem se tem feito, do que tem sido possível fazer, e do que não foi feito.
A banalização tende para mais comercialização e para o desejo de legalização da produção industrial e comercial que tenderá para mais consumismo. Naturalmente que o negócio quer sempre mais, vejam-se os níveis a que chegou o consumo de tabaco comercializado, legal e ilegal. Não sejamos ingénuos.
Com a regulamentação específica do culto pessoal e privado da sua produção pessoal, passaria para a esfera doméstica e para a responsabilidade familiar, um assunto que, prioritariamente tem estado nas mãos do Estado e dos seus dirigentes, dos contribuintes, consumidores ou não.
Com a regulamentação específica do culto pessoal e privado alivia-se a pressão social, e separam-se consumidores de mercados e produções. Seria uma resposta mais «humanizada», que poderia travar desejos para uma indesejável...
Boas leituras
e
Muito obrigado pela visita
e eventual partilha.
Luís Duarte Baptista Patrício
Luís Duarte Baptista Patrício