domingo, 19 de abril de 2020

A CREDIBILIDADE dos NÚMEROS. ESTATÍSTICAS e ANÁLISES ESTATÍSTICAS. O problema se existe...


NÚMEROS ESTATÍSTICAS E PREVENÇÃO


A CREDIBILIDADE DOS NÚMEROS

ESTATÍSTICAS E ANÁLISES ESTATÍSTICAS

EDUCAÇÃO É PREVENÇÃO

A CREDIBILIDADE DOS NÚMEROS reflete:
1.    a seriedade de quem os recolhe para os entregar;
2.    a competência de quem trabalha estatisticamente os números que recebeu;
3.    a seriedade e competência de quem difunde as estatísticas recebidas.
  
Um dia, conversava com um conterrâneo amigo, JPires, (bastante discreto e socialmente activo desde tempos idos do reviralho), sobre os números publicados pelo INE, instituição onde ele trabalhava
Eu disse-lhe que não acreditava em absoluto nos bons números da droga, publicados (dados de há cerca de sete anos) com bastante agrado do poder, porque estavam bastante longe da percepção de quem trabalha todos os dias, anos a fio, na linha da frente.

E ele respondeu-me que, no seu serviço eram sérios e competentes ao trabalhar os números, que eram recebidos. E reforçou que não aldrabavam nada, e que os resultados estatísticos eram aqueles.
Disse-lhe: entendido. E com ele aprendi. E ele repetiu que eram os resultados estatísticos.

É natural o desejo de ficar bem no retrato e por isso há quem diga que, os números entregam-nos o que lá se quer tirar.

Há meia dúzia de anos, em outra ocasião e fora de Portugal, falava com colegas de outros países, também trabalhadores em linhas da frente. E, nesse grupo de colegas, alguns referiram abertamente, a percepção de haver uma significativa diferença entre a realidade que viviam no trabalho no seu país e, os dados que sobre o seu país eram publicados por um organismo europeu, o Observatório da Droga, em Lisboa.
E também quero acreditar que, tal como o INE, em Lisboa, o Observatório também trabalha com muita competência estatística os números que recebe.


Actualmente vivemos sob a pressão individual e social de uma pandemia viral.
Desde Março, semanalmente, tenho participado em reuniões WEB, reuniões que criámos com colegas de vários países europeus e de fora da Europa. Assim partilhamos entre profissionais, questões e emoções, conhecimentos e dúvidas, partilhamos entreajuda.
Naturalmente que se abordam questões da SAÚDE, comportamentos de risco para saúde, saúde mental, entre outros assuntos.


E estando em confinamento também se fala dos números, das estatísticas publicamente conhecidas. E, também neste âmbito e sobre os números, existe com regularidade, discrepância entre o que foi publicado e a percepçáo de quem, por razões profissionais, está nas fronteiras ou trabalha (com muita coragem e às vezes sem equipamento de Prevenção), em núcleos das linhas da frente.
Este desacordo reflecte-se, por exemplo, quando colegas de França dizem que os números devem ser “multiplicados por 3 ou por 5”, do Brasil, “multiplicados por 10 ou mais” e, da Costa Leste da América, ouvi “nem vale a pena multiplicar”.


Numa situação de riscos para Saúde, situação de sofrimento e de doença, e grave, a verdade da realidade interessa sobremaneira a quem trabalha nas linhas das frentes. Quem trabalha nas linhas das frentes não são mercenários, são lutadores e têm família e outros valores.
Quem está a trabalhar nas linhas das frentes, trabalha para bem de todos, arrisca a sua integridade, a sua capacidade de trabalho e até a própria vida.


Quando existe a sensação de haver diferença de verdades, existe um problema. É como se houvesse a sensação de existirem verdades da conveniência distantes, mais ou menos, das verdades das realidades. E isso pode ser um problema.


O problema, se existe ou quando existe:
1.     é um problema, porque a percepção de quem trabalha na linha da frente às vezes é… um problema, porque sente os receios e a sua realidade de forma diferente;
2.      é um problema, porque muitas vezes são desconsiderados, são serviçais que, de diversas profissões e sem condições, trabalham na linha da frente, sem supervisão, sem protecção da entidade patronal, e estão calados e mal pagos;
3.      é um problema, porque muito se desgasta quem trabalha na linha da frente, nomeadamente quando não pode fazer tudo como devia fazer, e sofre e ouve ou leva com o que não merece, por vezes até adoece no trabalho e gravemente e, infelizmente e não raramente, até pode finar-se; 
4.      é um problema, porque aparentemente é da sua responsabilidade ser trabalhador naquela área e por isso foi trabalhar numa linha da frente;
5.      é um problema, porque foi de sua iniciativa escolher, fazer família com outra pessoa que (problema) também trabalha na linha da frente;
 6.      é um problema para quem o problema sejam os seus NÚMERO$ & ESTATISTICAS a apresentar, bem diferente do problema de quem trabalha na linha da frente.
Porque para quem trabalha na linha da frente o problema é a SAÚDE e BEM-ESTAR de TODOS os que beneficiam com a sua competência e, com sua entrega a esse trabalho corajoso na linha da frente.

Quem fala com quem trabalha na linha da frente, quem ouve quem trabalha na linha da frente, sabe que, quem trabalha na linha da frente sente, sofre e não mente.

 E ao sair do trabalho dedicado que fez na linha da frente, sente, muitas vezes sofre, e não mente.
 E ao ir para o trabalho dedicado que vai fazer na linha da frente, sente, muitas vezes sofre, e não mente.


Aqui homenageamos quem, na Área da Saúde e Bem-estar Social e nas outras múltiplas Profissões para nosso suporte,  está a trabalhar nas suas linhas das frentes, com toda a sua coragem e com toda a sua honestidade.  

Aqui homenageamos também, quem com EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE E EDUCAÇÃO CÍVICA respeita o confinamento. 



PREVENÇÃO É PRECAUÇÃO.  E em "números e estatísticas",  é precaução, é todo o cuidado a ler, interpretar e difundir para nunca... a ninguém ferir. Com todo o cuidado para evitar que alguém se atreva a manipular.

Uma manipulação, mesmo com “boas intenções”, mesmo que seja feita por científicos, pode provocar o aparecimento de situações mais perigosas do que a descrença, incluindo o perigo da criação de muitíssimo vírus malignos.

Se são postas em causa a seriedade e a competência em "números e estatísticas", não se constrói a confiança. Pelo contrário, alarga-se a descrença.

A seriedade é fundamental. E a competência também é fundamental.


PREVENÇÃO É ANTECIPAÇÃO,

PARA O EVITAMENTO DE REAÇÕES DANOSAS OU DESASTROSAS PARA TODOS.

PREVENÇÃO É EDUCAÇÃO



 A VERDADE AJUDA A PREVENIR A DOENÇA,
seja qual for a situação de risco para a Saúde e Bem-estar.
A VERDADE AJUDA A CUIDAR DE QUEM TEM SAÚDE E DE QUEM ESTEJA DOENTE

Esta minha reflexão, “A credibilidade dos números”, aqui actualizada e publicada, acontece com o estímulo da sugestão de Aires Freire, companheiro de juventude no Rugby da AAC, que comentou o post de Isabel Risques que partilhei no Facebook

Assim comentou Aires Freire
Pelo mostrado, a análise é feita sobre números absolutos. Seria muito mais credível se ao número de casos por milhão de habitantes se juntasse um dia determinado que servisse para todos os países. Por ex., o trigésimo dia após o primeiro diagnóstico confirmado, ou o vigésimo quinto dia após a primeira morte. Confesso que não sei quais são os resultados
Obrigado Aires. Um webabraço do Luís Patrício.
A assim publiquei no post de Isabel Risques
Moderem o otimismo.
Luís Duarte Baptista Patricio
A VERDADE AJUDA A PREVENIR A DOENÇA,
seja qual for a situação de risco para a Saúde e Bem-estar.
A VERDADE AJUDA A CUIDAR DA PESSOA DOENTE.
Obrigado Isabel Risques
Moderem o optimismo.

Moderem o optimismo. Não, não estamos com melhores resultados que os outros países. Estamos com 62 mortes (dados actualizados) por milhão de habitantes. Não assim tão longe dos EUA (94 mortes/milhão). O Governo e o Presidente da República, com a cumplicidade ignorante de jornais e televisões de referência (não posso crer que seja uma cumplicidade deliberada), estão a dar uma falsa segurança aos portugueses. Não é com desinformação que se salvam vidas. O número de casos não se divide por valores absolutos. Temos, pois temos, bastante menos casos absolutos que, p.e., os EUA. Mas também temos bastante menos habitantes: 10 milhões em vez de 330 milhões. Portugal está na short list dos países com mais casos de infecção (18, 841 casos confirmados - 16.ª posição em mais de 200 países), e no Top 12 dos países com mais mortes no mundo inteiro por milhão de habitantes. É compreensível que o Governo se preocupe com os efeitos da quarentena para a economia, que queira evitar a queda estimada do PIB de 6,5 % por cada 30 dias úteis (previsões de Mário Centeno), sei que a economia parada leva ao desemprego e o desemprego à pobreza, mas não nos vendam ilusões para que não se passe do isolamento para o "à vontadinha". Que o Governo, dono da verdade que não temos, se prepare a tempo e não relaxe para o que mais me preocupa agora: os efeitos das segunda e terceira vagas, que virão, quer queiramos quer não, enquanto não houver vacina, enquanto não for possível a vacinação em massa. A regra de ouro continua a mesma: testar, testar, testar. Espero que já tenham feito encomendas para muitos ventiladores, testes, equipamentos de protecção (ou tirem-nos do sótão, cave ou garagem onde os têm reservados). De caminho, cumpram a promessa de garantir a protecção a 100 % dos que arriscam a vida todos os dias para nos salvarem, os profissionais de saúde, os verdadeiros heróis, mas mal pagos, desprotegidos, cansados e insatisfeitos. Digam de uma vez que as máscaras são para toda a população usar, em todo o lado. Ainda há quem não saiba que só não o disseram porque não há máscaras para todos. Não desistam de as encomendar à China mas lembrem-se que também temos fábricas capazes de as fazer. Melhorem os hospitais de campanha, com mais privacidade, mais segurança, melhores camas que essas de lona, estreitinhas, a 1 m de distância umas das outras. Servem para a fotografia, mas não serão a escolha acertada para acolher os doentes. E entre tantas e urgentes medidas, tenho esperança de que invistam a sério no reforço da linha da saúde 24, a linha de triagem para a Covid 19, obrigatória para reportar sintomas e determinar internamentos, mas ainda sem capacidade de resposta, levando a que pessoas doentes ou os seus familiares passem horas de aflição à espera de alguém que os atenda e oriente. É bom que as pessoas saibam que não vamos sair tão depressa desta crise. Melhores dias virão, haverá picos maiores no Inverno, menos casos no Verão. Mas entrámos na era Covid, com distanciamento social até, pelo menos, 2022. https://nymag.com/…/harvard-study-some-social-distancing-re… É o início de uma era de que não sabemos quando iremos sair. Vamos ter de conter este nosso jeito latino de ser, evitar os beijos, os abraços, os passou-bem, e aprender a ser diferentes.
Fonte: dados compilados pela Universidade Johns Hopkins, prestigiada universidade de saúde pública nos Estados Unidos.
https://www.statista.com/…/coronavirus-deaths-worldwide-pe…/