XI Escuela de Otoño – Socidrogalcohol
Benidorm 4,5 e 6 Novembro 2010
Realizou-se a décima primeira Escuela de Otoño de Socidrogalcohol, Sociedad Científica Española de Estudios sobre el Alcohol, el Alcoholismo y las otras Toxicomanías, organização de profissionais, colegas com quem há mais de 20 anos, aprendemos e partilhamos.
Da avaliação efectuada pelos participantes destacamos a autoavaliação do nível de conhecimentos antes e após a acção.
Nivel de conhecimentos antes da acção: 1 - 14,3%; 2 - 28,6% ; 3 - 28,6%; 4 - 28,6%
Nível de conhecimento depois da acção: 3 - 14,6% ; 4 - 57,1%; 5 - 28,6%
Mais uma vez fizemos a travessia ibérica, não no meu carro (onde não cabíamos todos), mas partilhando a condução na carrinha nº3 da Associação “Novos Rostos, Novos Desafios”, a quem também agradecemos a colaboração.
Também nesta viagem para a Escuela 2010, tive a sorte de estar acompanhado por profissionais de saúde: duas psicólogas, uma enfermeira, uma técnica e uma assistente social, a quem agradeço agradável companhia
Tivemos o prazer de encontrar na Escuela, mais três portugueses.
A Dr.ª Olga Fortes, colega psiquiatra com quem há bastantes anos também percorro caminhos e actualmente a trabalhar na Feira e a Eng.ª Sandra Matos, responsável na Reckitt Benckiser Pharmaceuticals e com quem pudemos conviver e partilhar opiniões e experiências.
Luís Duarte Patrício
Por Luísa Pereira Coutinho
Assistente Social, Amadora
Uma aventura de 72 horas (saída de Lisboa – 3.30h a.m. de dia 4/11, chegada 3.30h a.m. de dia 7/11) organizada e estimulada pelo entusiasmo e disponibilidade que conheço, desde há muitos anos, no Dr. Luís Patrício.
Quase atravessámos a península Ibérica (Lisboa – Benidorm) numa viagem feita sob o lema “Cidade Segura” na viatura, amavelmente cedida pela Associação “Novos rostos, novos desafios”.
Muitas horas de caminho (que permitiu, aos 7 passageiros, conhecermo-nos, rir-mos, dormir-mos…) levaram-nos a um acontecimento de grande qualidade científica (www.Socidrogalcohol.org) com base numa excelente organização ( www.C&Events .es), num espaço lindíssimo.
Esperavam-nos dezasseis “talleres” em formato de Workshop de
Com muita dificuldade, perante a quantidade e qualidade da oferta, tive que fazer difíceis opções. Participei em dois “talleres” de 10horas, que passo a sintetizar:
(i) “Las Creencias: Los códigos internos que gobiernan la vida”, coordenado por Vicente Cuevas Martinez – psicólogo clínico; escola de psicoterapia de Valencia.
Parte-se do pressuposto que as crenças são forças interiores poderosas que formatam as nossas emoções e atitudes.
As crenças são generalizações (uma leitura) sobre certas relações existentes que podem ser algo de regenerativo ou limitador. Não se baseiam em ideias lógicas mas funcionam por vínculos. Pelo que há que questioná-las, perceber que impacto têm em cada um e como afectam as várias dimensões da vida.
Como se mantém uma crença? Como se inibe? Como se potencia? Como trabalhá-la?
Vicente Martinez propõe um modelo de intervenção:
Pressupostos básicos para trabalhar as crenças:
1) As crenças podem ser alteradas, caso contrário cria-se resistências.
Quando começamos a trabalhar os sentimentos temos de identificar onde estão as forças, mas também as resistências:
a) Identificar: Sentimentos desejados; sentimentos temidos; sentimentos inibidos;
b) Concretizar o que significa cada sentimento;
c) Priorizar os sentimentos (ex. qual o mais doloroso, qual o de maior prazer?)
2) Questionar a crença, criar duvidas – que elementos a confirmam? Que elementos a “abatem”? Como ela afecta a minha vida = seu efeito?
3) Avaliar as crenças historicamente – localizá-las no tempo; quando e em que contexto se criaram?
4) Debilitar a crença, associar-lhe limitações e dor – qual o mal-estar que ela produz; que crença a poderá substituir e/ou regenerar? Que crença quero ter na minha vida?
5) Orientar para uma nova crença, associar-lhe crescimento e capacidades à nova crença.
6) Como levar este processo a cabo – estratégias.
(ii) “Abordaje terapêutico de los transtornos por uso de sustancias en adolescentes: Un modelo integral e integrado”, coordenado por Rosa Díaz – Psiquiatra; Unidad de conductas adictivas en adolescentes; Servicio de psiquiatria y psicologia infanto-juvenil (ÚNICA-A); Hospital clinic Barcelona.
Um modelo integral pelo trabalho sobre a multidimensionalidade dos problemas duma forma multidisciplinar.
Um modelo integrado, pelo tratamento conjunto de problemas aditivos e psiquiátricos, em adolescentes.
Nos adolescentes não se encontram os típicos problemas de adição dos adultos.
A “ÚNICA-A” propõe um plano de intervenção global que se estrutura:
1- Detecção precoce de casos de risco (instrumentos - CRAFFT)
2- Acolhimento: primeiro contacto – vinculação
3- Avaliação da gravidade, factores de risco e de protecção (instrumentos – Teen- ASI)
5- Informação e psico-educação juvenil
6- Intervenção psico-educativa de pais
7- Indicação para programas terapêuticos especializados
8- Seguimento: trabalho em rede, coordenação; figura de “gestor de caso”
No regresso viemos mais ricos, de conhecimento, convívio e partilha; e mais pesados, com a quantidade de publicações oferecidas pela Socidrogalcohol que provou, mais uma vez a qualidade cientifica que lhe é conhecida internacionalmente.
Obrigada pela oportunidade, a todos os que comigo partilharam esta travessia.
Em Breve:
Memórias de outras Escuelas
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