ASSÉDIO MORAL NO LOCAL
de TRABALHO
e ABUSO de SUBSTÂNCIAS.
O TABACO em destaque
Por Luís Duarte Patrício
Se o objectivo for
descartar profissionais, haverá que criar condições e agentes que o façam.
Muitas vezes são
chefias exercidas por pessoas narcísicas, perversas ou até medíocres que
procuram assim subir na carreira, cumprindo ordens para agrado de outra chefia.
Estes comportamentos
não são uma inovação, mas a crescente incidência desta forma de violência é uma
realidade.
Em França a amplitude
deste fenómeno social, até então negado por muitos, foi revelado no início deste
século pela psiquiatra Drª Marie-France Hirigoyen. Os casos clínicos que acompanhou
contribuíram para um profundo trabalho de reflexão nesta área. Em França os escândalos
chocaram a sociedade, que também “consumiu” humanos, profissionais.
As reacções ansiosas
e depressivas nos visados são difíceis de negar, esconder, disfarçar. A ideação
suicida não é uma raridade, nem os respectivos comportamentos.
Também em Portugal, desde
2006, observei quer na prática clínica, quer como trabalhador, o crescente
aumento de comportamentos deste calibre, no sector público e privado, mesmo na área
da saúde.
Muitos outros portugueses
terão certamente sido testemunhos ou vítimas de situações de assédio moral com procedimentos
burocráticos, administrativos ou de outros, visando a “destruição” ou
desvalorização de profissionais que era necessário e conveniente banir.
Esta realidade contínua
crescente entre nós.
Cada trabalhador
reage como pode. O consumo de substâncias psicoactivas, legais ou ilegais, é
para muitos dos agredidos, uma forma de mitigar a permanência de largas horas
do dia, num local de trabalho público ou privado, onde o incómodo ou a agressão
é manifesta e a companhia indigesta.
Beatas na calçada
4 minutos de vídeo para ver e pensar
https://www.youtube.com/watch?v=AfK6Sc6KdWw
ou
https://www.youtube.com/user/psimedicina
O abuso do consumo de
tabaco relacionado com o local de trabalho pode ser manifestação de diversas insuficiências
e exigências, e pode revelar também a existência de incómodo sobre a dignidade
de quem trabalha.
O abuso de tabaco relacionado com o local de trabalho pode ser uma expressão do sofrimento provocado nas pessoas atingidas na sua dignidade de trabalhador.
Seja por sobrecarga
de trabalho, por más condições para trabalhar ou por sobrecarga emocional, a
realidade é que, é evidente o abuso de consumo de tabaco, relacionado com
profissionais no exercício das suas funções.
O uso do “poder e
autoridade” para vexar o profissional, o assédio moral no local de trabalho, a humilhação
do profissional pela hierarquia, “os chefes”, gera intensos sofrimentos e
desgastes. Não se pode negar uma realidade quando existe, mas pode-se e deve-se
mudar as chefias que têm necessidade ou prazer e competência em humilhar.