CANÁBIS e demais substâncias
DEBATE ADIADO
DISCERNIMENTO
ATRASADO
O benefício é para quem?
CANÁBIS ( ERVA, RESINA, ÓLEO )
Quando ? Como
? Porquê ?
Falta-nos muita Educação.
Até é grande a carência de Educação Cívica!
Defendo que se promova muito mais
a Educação para a Saúde
Veja, oiça estratos do programa Opinião Pública na SIC Notícias.
https://www.youtube.com/channel/UCCRCPCBVQZzaNJZlU2SENOA
Há muita falta de Educação para a Saúde
A propósito do debate público sobre o uso de canábis, aqui partilho mais algumas reflexões, para que se saiba...
Se o debate continua adiado, o discernimento continua atrasado
Se o debate continua adiado, o discernimento continua atrasado
Por Luís Duarte Patrício
Médico Psiquiatra
Chefe se Serviço
O consumo de substâncias psicoactivas têm-se alargado. Na verdade este tipo de consumo tem sido objecto do interesse de populações cada vez mais jovens.
Para todos estes milhares de consumidores, a chamada Prevenção Primária falhou no objectivo de evitar o uso.
Para estes milhares de consumidores, a prática de Redução de Riscos é um benefício bem como a Minimização de Danos eventualmente provocados pelo uso de derivados de canábis, a que se juntam ainda os que são provocados pelo uso simultâneo de tabaco.
Qualquer pessoa que pense com conhecimento, percebe que a junção dos fumos produzidos na queima da mistura canábis+ tabaco, significa o aumento dos riscos e dos danos inerentes ao fumo de cada uma destes produtos.
Canábis - RESINA / haxixe, pólen |
Quem está atento à realidade percebe que este produto, maioritáriamente importado, tem estado cada vez mais acessível em Portugal, seja no mercado de rua, seja com entrega ao domicílio.
Quem o consome, na verdade não conhece a composição real do que consome, dado que pode fácilmente ser adulterado com outros produtos.
Qualquer pessoa que pense com conhecimento, percebe que fumar erva de canábis, (denominada erva, maconha, paginha, soruma, boi, liamba, marijuana) envolve menos riscos do que fumar resina de canábis/haxixe, pólen, bolota.
Acontece ainda que há consumidores que consomem, que fumam a erva sem a misturar com tabaco, o que significa não agravar ainda mais os riscos para saúde com os riscos do tabaco. Consomem erva e não consomem tabaco.
Mas o fumo de erva não é isento de riscos: a erva não é inocente. E cada vez mais há qualidades de erva que contêm muito maior concentração de produtos psicoactivos do que a erva dos anos sessenta.
Canábis ERVA |
Pior que fumar erva de canábis é fumar resina de canábis /haxixe, pólen, bolota.
Em Portugal têm-se tornado cada vez mais evidente que qualquer pessoa que deseje consumir canábis pode fazê-lo, nomeadamente resina/haxixe, pólen, bolota, chamon.
Dois charros e uma ponta |
Mais difícil é arranjar "erva", mas também se arranja.
Esta realidade claramente tem aumentado desde o ínicio deste século e não vale a pena negar, pena esconder: a oferta está banalizada.
Se queremos promover a EDUCAÇÃO para a SAÚDE
a estratégia e modelo da Prevenção realizada tem que ser revisitada
Prevenção
sem Educação é "zero".
sem Educação é "zero".
Prevenção sem Educação Cívica, quase nada vale.
Queremos que as pessoas sejam mais cultas.
A sociedade não está esclarecida
Há muita falta de Educação.
No meu último livro Politicas e Dependências, defendo tal como outros
colegas no estrangeiro e, porventura em Portugal alguns também haverá, que
devemos considerar o benefício que possa existir na utilização de determinado
tipo de substâncias que estão fora da lei.
E as leis mudam-se.
Quem compra resina (haxixe, pólen, bolota)
não sabe o que compra
Quem compra têm que frequentar meios indesejáveis e não sabe se compra produto adulterado. Mas se produzir em casa...
Se puder ter em casa uma alternativa numa perspectiva de
redução de riscos...
Ponta de charro no jardim junto à escola |
Perante a possibilidade de ter em casa uma planta,
autocultivo para uso próprio, não para comércio, passaria a ser a Família, no
caso dos menores, a assumir a responsabilidade sobre aquele comportamento de
consumo, como assume ou deve assumir com o álcool e com o tabaco.
Ponta de charro no jardim junto à escola |
Isto quer dizer que as Famílias têm que ser informadas. Têm esse direito, direito a não estarem ignorantes. Mas isso é o que nós queremos.
Queremos que as pessoas saibam mais, que pensem e sejam mais cultas. Haja quem informe, quem ensine e com
muito mais eficácia.
Basta de ignorância.
Ponta de charro no jardim junto à escola |
Quando as pessoas estão informadas, fazem o que fazem com mais responsabilidade.
As pessoas têm que reconhecer os interditos e a sua necessidade.
Em termos de redução de riscos é diferente o uso de canábis erva do uso de canábis resina.
Há um desbaratamento de oferta
de substâncias em Portugal
ÁLCOOL
MAU USO E ABUSO DE
A IGNORÂNCIA
DE QUEM CONSOME E DE QUEM DISCURSA
Despudorada cobertura legal facilita a precoce fidelização de consumidores
Em Portugal também tem sido desde há uma década uma realidade triste o aumento do abuso de bebidas com álcool, nomeadamente entre adolescentes. Este aumento é mais evidente desde o ínício deste século.
Esta é também uma evidência de falha na Prevenção Primária.
Mas se a Prevenção Primária não resultou ou não foi feita devidamente, tem sido um sucesso a promoção do consumo de álcool, nomeadamente entre jovens, e que resultou claramente.
ACESSO PRECOCE
Em Portugal foi POLITICAMENTE criada uma lei para LEGALIZAR a VENDA de bebidas fermentadas a cidadãos maiores de 16 ANOS.
Sabemos que neste país há quem fale de álcool e dos seus danos/doenças, como se fosse perito nesses assuntos. Quem assim faz exibe a vitrine e oculta o desconhecimento. Muitos destes, quando mudam de lugar, de função ou de tacho, abandonam o assunto.
Nesta terra de consumidores é vergonhosa a ignorância sobre o uso de bebidas com álcool e a relação com a saúde.
Por exemplo muitas gente bebe "à saúde" o que não dá saúde a ninguèm. Devem ser ensinados a saber beber e a beber "ao prazer", se por acaso têm prazer nesse consumo. Assim são mais verdadeiros.
Neste país também há pessoas que não podem consumir bebidas com álcool, pessoas que perderam a liberdade na relação que tinham com o álcool: criaram uma relação de dependência.
É preciso que se fale mais, muito mais sobre o álcool,
com mais competência, com melhor saber.
É o saber e trabalho clínico / experiência clínica de quem trabalha e informa, que credibiliza a informação que reforça a motivação.
COCAÌNA BASE na rua
A cocaína e a base/crack, uma realidade para muita gente
Também tem sido uma realidade o incremento do uso de cocaína.
A cocaína chamada de branca está em muitos sítios e nalguns é mais fácil comprar a cocaína cozida, chamada de base ou crack para fumar ou injectar do que comprar a branca para snifar.
E sabemos que o álcool misturado com cocaína piora a situação de saúde do consumidor, porque quando se mistura álcool com cocaína cria-se uma terceira substância, cocaetileno, muito mais agressiva.
Os consumidores de susbatâncias psicoactivas, legais e ilegais, dizem que há muita oferta de outras susbtâncias ilegais. E quem compra substâncias sintéticas de rua, md, mda, ácidos, speed, etc, não sabe com segurança o que compra.
Nem quem adquire pela internet.
Devíamos ser informados sobre a verdade do que é consumido, pelo menos os profissionais de saúde que trabalham no tratamento de consumidores que adoeceram por terem consumido.
Desde há muitos anos que apelamos para que as autoridades assumam uma atitude muito necessária e útil: informar sobre o que anda a ser consumido em determinada região. Em minha opinião este é um dever ético e estratégico.
Há locais de consumo
Em Portugal temos salas para consumir álcool, sitios para consumo de tabaco.
Em Portugal, ainda não há salas para consumir substâncias por via intra venosa, ainda que a lei de 2001 o permita.
Em muitos países europeus estas salas existem há muitos anos.
Em muitos países europeus estas salas existem há muitos anos.
Em Portugal o consumo IV fez-se onde se pode, em qualquer sítio, sem garantia de cuidados de higiene.
Se nas prisões continua a não haver programas de troca de serinhas, isto acontece por incapacidades inaceitáveis.
Se nas prisões continua a não haver programas de troca de serinhas, isto acontece por incapacidades inaceitáveis.
Há muita PREVENÇÂO para fazer.
A melhoria passa pela Educação...
passa pela Educação.
Pela Educação dos próprios
profissionais de saúde.
Quem trabalha com os doentes, ouve, escute, interage com os doentes e com s seus familiares.
Muitos profissionais vão à realidade dos consumidores que adoecem, conhecem os seus sítios.
Naturalmente que o que vêm pode incomodar e, também pode incomodar.o que transmitem, o que partilham, o que não silenciam.
Muitos profissionais vão à realidade dos consumidores que adoecem, conhecem os seus sítios.
Naturalmente que o que vêm pode incomodar e, também pode incomodar.o que transmitem, o que partilham, o que não silenciam.
E preciso falar, reconhecer a verdade toda enão limitar a verdade para conveniência dos poderes.
Os serviços de saúde que têm competência,
devem infomar os cidadãos sobre a situação em que estamos.
Importa actualizar o saber que a ciência nos faculta.
Os serviços responsáveis de saúde devem dizer, claramente, o que se passa em cada região, o que se passa no país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário