sexta-feira, 23 de novembro de 2018

EXCLUSÃO PURA REPRESSÃO SEM UM NACO DE CONHECIMENTO em RR

EXCLUSÃO  & RISCO ACRESCIDO
que EXISTE por INCÚRIA 
e não devia existir  


No lado ocultado dos consumidores com consumos de
RISCO AINDA MAIS AGRAVADO


Vemos que, REGULARMENTE, porventura após a publicação de fotos de mesas de consumo, há quem destrua locais improvisados, coloque muros e mais obstáculos, e destrua as terríveis, inseguras e sujas mesas de consumo.

Com esta repressão, "forçam", os consumidores a fazer o consumo AINDA EM PIORES CONDIÇÕES.
Preparam o que consomem na TERRA
NO CHÃO, JUNTO DAS FEZES E URINA
de dejectos recentes "frescos" ou antigos, mais ressequidos.

É A PURA REPRESSÃO SEM um naco de SENSO ADEQUADO ou CONHECIMENTO
EM REDUÇÃO DE RISCOS



Nestes locais, escondidos é tudo porcaria.
São locais onde quase todos os riscos são conservados:
desperdício, falta de qualidade, insegurança, infecções e 
agravado risco de morrer e de muito haver de faz de conta.




Terapeuta Ocupacional visita o desconhecido

Convidei um jovem profissional de saúde, Terapeuta Ocupacional, para conhecer o que muita gente pensa não existir.
Aqui publico o seu testemunho.  
Boa leitura e boas conclusões.
Se puder contribua para a mudança.
Basta disto. 

Da minha infância, dos meados e finados dos anos noventa ao início dos anos dois mil, fizeram parte visitas regulares ao centro de Lisboa, pertencendo às memórias do meu crescimento alguns dos bairros típicos do centro histórico da capital. 


Na adolescência passei a descobri-la com outros olhos, com o encanto de quem começa a aperceber-se da beleza da cidade, arquictetonicamente falando, historicamente falando, sociodemograficamente falando.



Esta admiração pelas ruas lisboetas tende apenas a crescer ao longo do tempo, considerando até que as partes menos bonitas da cidade tinham a sua beleza própria, por também a caraterizarem. 



Ora, hoje vejo esta cidade de outra forma, depois de lhe ter descoberto recantos ocultos, melhor dizendo, ocultados, que são uma resposta suja, desenrascada e desonesta a quem necessita de respostas saneadas, planeadas e honestas.

Sábado, dia dezassete de Novembro de 2018, tive oportunidade de testemunhar locais a céu aberto de consumo de substâncias, comummente denominadas drogas, onde as condições de higiene e segurança são absolutamente deploráveis.


O mesmo local que serve para o procedimento do consumo de heroína, por exemplo, serve também de retrete.

No chão partilham o espaço as seringas usadas e as fezes de quem o corpo precisou de se livrar.

O Decreto-Lei 183/2001, data de 21 de Junho de 2001, subentende a não desistência do tratamento das pessoas dependentes de substâncias, e ainda a estruturação de um novo tipo de intervenção complementar aos movimentos de prevenção primária, de tratamento e de reinserção.

No mesmo decreto consta o objetivo de preservar "as condições de saúde da sociedade, para o que se devem desenvolver todas as medidas tendentes à redução da procura de drogas."


Assim, em Junho de 2001 simultaneamente aprovava-se o anterior decreto-lei e a então criança que eu era, ainda não tendo completado os cinco aniversários, deslumbrava-se com uma bonita versão de Lisboa. 

Dezassete anos passados fiz o meu percurso académico até à Licenciatura em Terapia Ocupacional e, aos vinte e um anos de idade, ingressei no mercado de trabalho na àrea da saúde mental, nomeadamente das dependências, para, enfim, ter conhecimento desta realidade.

Tivesse eu feito exatamente o mesmo percurso de vida mas ingressando noutra área profissional, e a minha ideia da cidade de Lisboa teria permanecido imaculada.

Ou seja, a problemática existe, contudo, por qualquer razão, não é tão pública quanto se desejaria.

Ainda que tudo ocorra debaixo dos narizes de toda a gente. 



Parece-me urgente que se assuma a questão das dependências não só como um problema de saúde individual, mas também como de saúde pública. Parece-me urgente que ao invés de reprimir e ocultar o problema, se tomem medidas para o resolver. Parece-me urgente a minimização do estigma face a esta problemática, de modo a remover barreiras à acção.





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