terça-feira, 3 de agosto de 2021
Consumo de canábis: uso recreativo, legalizar e vender. Legalização para uso recreativo?
sexta-feira, 18 de junho de 2021
Canabis Poder Votos e Dinheiro
Canábis: um consumo cada vez mais banal e um potencial de negócio brutal
Os interesses financeiros, os interesses dos mercados são uma realidade
A dimensão geopolítica económica é marcante. Poder votos e dinheiro.
Texto escrito no dia 16 de Junho 2021, em resposta a perguntas da Jornalista Raquel Lito, da Revista Sábado,
em parte publicado na Edição Digital. Com o devido acordo, e agradecendo o convite para participar, aqui publico o meu testemunho escrito.
Luis Patricio
Canábis: um consumo cada vez mais banal e um potencial de negócio brutal.
E com gente mal informada ou não informada, será sempre a crescer o consumo, o negócio.
Mas também poderão crescer os danos para a saúde. Mas isso a quem importa? A quem diaboliza ou a quem beatifica?
Não sejamos ingénuos.
Consomem derivados de canábis, ocasionalmente ou regularmente, pessoas dos
10/12 anos aos 60/70 anos.
Não se trata de saúde, bem-estar. Nem de educação e alegria.
Trata-se de negócio, diversão e poder.
Aqui sim, tudo é economia.
Ninguém sabe o teor destes e de outros produtos comercializados
ilegalmente.
As autoridades deveriam analisar/avisar pelo menos os profissionais de saúde sobre esses conteúdos, dado que estes profissionais têm a responsabilidade de tratar os consumidores que adoeceram por terem consumido o que desconhecem.
E pasme-se que quem consome, além de consumidor, também poderá ser
político, dirigente, médico ou advogado, jornalista, professor, estudante
motorista, subsidiado ou desempregado.
E na verdade da realidade, não sabe o que consome, excepto quando tem acesso a produção de erva caseira, com ou sem uso de fertilizantes/adubos/ herbicidas/ inseticidas e outros químicos. Existe manipulação de sementes, produtos transgénicos?
Os interesses económicos suportam esta actividade, em tudo o que seja produção animal e vegetal.
O consumidor é, em geral bastante "cego" face ao que consome.
E os consumidores mais velhos, agora com 60 e 70 anos, referem que a canábis do séc. XXI é bem mais “potente” do que a dos anos 60 / 70.
Há 30 anos, em 1991, escrevi “Através de manipulação científica,
actualmente é produzido um novo tipo de cannabis em que a concentração do THC é
dez vezes mais potente do que, por exemplo, na marijuana dos anos 60. Está na
pág. 91, do meu livro Os profissionais de saúde e a droga. 10.000 exemplares de
distribuição gratuita
A ciência e os interesses evoluíram muitos nestes 30 anos.
O interesse prioritário do consumismo é a dimensão geopolítica económica. O
interesse pela dimensão sanitária e social, existe, mas comparativamente é
residual.
O consumo de canábis em Portugal, desde o início deste século tornou-se
cada vez mais banal. E trata-se de produto ilegal, de compra no local, e também
de venda apregoada na via publica de conhecidos locais, e também de entrega ao
domicílio.
As pequenas quantidades representadas (cedidas) por jovens inscritos nas escolas ou desempregados, garantem uma rede de entrega. Estes conhecimentos são partilhados por jovens ou menos jovens que frequentam consultas.
O consumismo explora pessoas e explora melhor pessoas ignorantes, ou ambiciosas e desmedidas e até muitas pessoas em sofrimento. Haja produtos e alvos fáceis ou frágeis e… faça-se dinheiro
Tudo serve para fazer dinheiro e havendo resultado aditivo, com ou sem uso
de substâncias psicoactivas, tudo vale. Veja-se o recente exemplo português (e
não original) das raspadinhas (comportamento de risco adictivo) para angariar
dinheiro para a cultura.
A pandemia fez mudar a oferta.
Escrevi sobre isso e publiquei neste blog e em Mala da Prevenção https://www.facebook.com/maladaprevencao.drluispatricio
Houve locais com dificuldades de abastecimento de resina / haxixe/ pólen e
também de erva.
Do que oiço, aumentou a produção, plantação de erva caseira, pelos
quintais, pelas hortas pelos vales, montes… Com sementes e demais materiais
importados por internet
“Não falta quem faça plantações”.
“E há muitos putos na rua a vender”.
“Em muitos sítios, qualquer empregado de mesa ajuda a orientar quem
precisa”.
“E na universidade / escola, também há quem ajuda a encontrar”.
“É banal o consumo, até na rua, na esplanada”.
A PREVENÇÃO QUE FOI SERVIDA… FALHOU.
Em tempo de confinamento o preço do hax e pólen chegou a duplicar, voltando depois a baixar.
Houve quem deixasse de consumir erva e pólen / hax, para comprar na loja ou na net que pensa ser canabidiol e de preço bastante mais caro e de efeito nada semelhante.
Garantia de qualidade quem tem? Penso que com certeza, ninguém.
A dependência é sobretudo psicológica. Mas, a maioria das pessoas junta tabaco ao que consome, e sabemos com o consumo de tabaco, chupar o cigarro aceso, é aditivo.
Quando o consumidor dependente interrompe o consumo sente privação, nomeadamente aumento da ansiedade e irritabilidade.
O maior perigo de consumir o que não se sabe o quê, é o desconhecimento.
Há muita vigarice. Se é droga desconfie da qualidade e do que é dito.
Se decide consumir, não fique sozinho, use pequenas quantidades e não queira ser o primeiro.
Se puder, antes de usar, fale com seu médico sobre o seu estado de saúde e os riscos que pode acumular.
Por detrás, ou ao lado, ou em consequência do consumo, pode haver sofrimento que importa tratar, em vez de disfarçar com álcool, ou canábis ou tabaco ou outra substância de abuso.
Nesta vergonha do estado de banalização do consumo do desconhecido, há que exigir fazer diferente e melhor.
Importa conhecer a composição, para tentar reduzir riscos.
Discordo de mais uma marcante actividade comercial de dimensão geopolítica económica: aumento facilitado do comércio / oferta.
Há que exigir de VERDADE, marcante actividade pedagógica, educativa preventiva na dimensão Sanitária e Social.
A ignorância e a hipocrisia fomentam o estado da situação, situacionismo suportado também na ignorância.
A auto-produção para uso próprio deve ser considerada como atitude válida para redução dos riscos resultantes desta situação de banalização do desconhecido.
A legalização produção comercialização, deverá ter/merecer uma avaliação muito séria, tendo em conta o que outros povos já experienciaram.
Note-se bem que:
O uso de derivados da canábis para usos terapêuticos é um outro assunto, e de responsabilidade de âmbito sanitário.
terça-feira, 5 de janeiro de 2021
CANABIS Mitos e realidades DRogA NÃO DrOGa NIN 1 história de verdade da rua à universidade
CANABIS
Mitos e realidades
DRogA NÃO DrOGa NIN
No YOUTUBE este vídeo foi colocado e apareceu classificado como tendo restrição de idade
Uma história de verdade da rua à
universidade.
Canabis em toda a cidade banal desde
2005
Cheguei cá em 2005 e era muito difícil encontrar
canábis (erva) naquela altura. Encontrava-se falsas, e havia também algumas
verdadeiras no Bairro Alto. Pólen, pólen era o que mais encontrava. As que eram
boas eram de boa qualidade, cheiravam muito bem, tinham um cheiro muito melhor
e um sabor muito melhor do que as que hoje estão a girar por aí pela cidade.
Na altura era 5 euros cada tira.
Continua o mesmo preço.
Há muito mais, muito mais vendedores, mas
com qualidade inferior à que se encontrava há 12 anos. Estamos em 2018, sim.
A primeira vez que vim para Portugal foi
em 2005, vivi até 2008. Tornei a voltar em 2012. Diferenças? De 2012 para aqui…
é que se encontra muito mais canábis (erva).
Eu dantes não tinha acesso à canábis e
hoje já tenho acesso à canábis. Canábis, maconha, erva.
De 2005 para cá tem muito mais erva.
Pólen também há muito mais.
A semana passada fui à praia e perguntei
a um empregado de mesa onde é que podia encontra haxixe, pólen. Ele disse que tinha:
uma tira por dez euros. E disse que também
havia ali em qualquer bar, os empregados de mesa também teriam.
No centro da cidade também. Eu
pessoalmente tenho conhecido comerciantes que a têm e que a vendem, que a
vendem para outras pessoas. Na Baixa. Pessoas que trabalham com restauração, e
que a passam para os estrangeiros, pessoas que …. É fácil, é muito fácil.
Há pessoas, civis, comuns, pessoas
normais a venderem. Às vezes perguntam. Estava numa rua da Baixa e um rapaz perguntou:
Então? Está procurando alguma coisa?
Acho que hoje em dia não há qualidade.
Não é boa. Às vezes parece que estou a fumar algo misturado com plástico.
Eu acho que quando se compra da mão dos
betinhos da classe média, é onde se encontra qualidade. Mas da mão das pessoas
da rua, aquilo não presta.
Através da Universidade, através da
Universidade. Eu por exemplo não consigo chegar a esses betinhos, não é.
Mas eu estou a cursar aqui um curso e lá
na minha faculdade tenho amigos que pegam para mim, da mão desses miúdos da
classe média. Mas, para isso eu tenho que dar uma comissão, tenho que dar um
pouco. Por exemplo se eu pego cinco gramas de weed, erva, eu tenho que dar uma
grama para essa pessoa, e aí é de boa qualidade.
Na universidade é comum as pessoas
consumirem? Sim, sim. Não dentro das salas, mas nos lugares comuns, nos
jardins, nas esplanadas. Há uma faculdade em que os alunos chegam a fumar no
bar da faculdade. Mas não é o bar interior, é no bar externo que fica no jardim.
E os alunos fumam lá ás vezes na presença dos professores. Enrolam como se
fosse cigarro mesmo e exalam o cheiro. Não, não dá para disfarçar.
Há locais de consumo. Já vi o Adamastor (Jardim),
o Torel (Jardim), à beira do rio (Tejo), o Príncipe Real (Jardim), ali em cima
a Praça do Camões. A cidade toda. É normal, é normal é normal. Eu não sei
porque demoram tanto para legalizar isso. E a qualidade ninguém garante nada.
Eu não tenho muito amigos, não conheço
muitos, mas na minha casa quase todo o mundo consome. Cinco das sete pessoas
consomem regularmente. E qualidade? Zero.
Um amigo meu que trabalha num café oferece
aso estrangeiros, aqueles que vêm para tomar uns copos, para os futebóis e não
sei quê, e a qualidade também não se sabe.
Comigo, no princípio sentia-me feliz, bem-disposto.
Passando o tempo, ao longo dos anos, fiquei mais deprimido. Ao fumar fico mais
introvertido, fecho-me.
Uma história de verdade da rua à
universidade.
Desconhecer o descontrolo agrava o risco
de adoecer.
De 2018 para cá tudo na mesma: qualidade desconhecida.
CONFINAMENTO. Aumento da procura. Redução da oferta. Subida de custos em tempo de pandemia.
Reforço da entrega em local combinado e ao domicílio.
Informação de: consumidores.