terça-feira, 3 de agosto de 2021

Consumo de canábis: uso recreativo, legalizar e vender. Legalização para uso recreativo?


Aqui publico para conhecimento de meus amigos e seguidores na WEB,  e com a devida vénia, todo o texto que escrevi, enviado à jornalista Joana Bastos agradecendo o convite para esta partilha, e publicado no Jornal Expresso.   LP

Consumo de canábis: uso recreativo, legalizar e vender
Artigo de opinião para o Expresso acerca da proposta de legalização da venda e consumo de canábis para uso recreativo, atualmente em debate no Parlamento.

 Pergunta : Concorda com a legalização da canábis para uso recreativo?  

  26 de Julho 2021  
 Luis Patricio
Para o investidor é a agilização de negócio promissor. Para o consumidor, promessas de prazer, de riscos a saber e controlar.
 
Cannabis não é inocente; o uso “cego” é indecente. 
Em Portugal é ilegal o uso e posse, mas gente dos 12 aos 70, usa em casa e na rua, dia e noite, e poucos destes são enviados à comissão de dissuasão da droga. A lei não se cumpre. A situação actual traduz 20 anos de banalização e brutal falha preventiva: político, professor, advogado, médico, escriturário, estudante, desempregado, consumidor de hax /erva, desconhecendo o que usa, tem risco acrescido.
 
O mito da inocência droga leve continua: a overdose não mata. Agora, como outrora, o pedido de ajuda é comum ser feito por pais aflitos ou ignorantes. Há consumidores que pedem ajuda para tratamento. Sem desejar, há quem sofra de perturbações de ansiedade, memória, atenção, pensamento, realidade, medo, pânico, perda de motivação, dependência, danos hormonais e pulmonares. Com ou sem tabaco, fumo é poluição, não é terapia.
Para quem adoeça ou agrave a doença, tudo piora e uma psicose revelada, quiçá iniciada, agrava a diabolização.
 
Consumidores ignorantes? Muitos sim. Outros não
Não é inocente a moderna produção de canábis com químicos fertilizantes, inseticidas, manipulação genética, incremento psicoativo, gasto de água:
o lucro conta mais do que a saúde, ecologia e ambiente.
Quem usa, imagina o que deseja sentir, diversão, fumo milagroso, liberdade. Mas só saberá depois de usar. O uso ocasional e regular dito recreativo para alguns, agradável para quem gosta, beatificado, a desejada descompressão, não garante alegria a todos, consumidores e família. Características culturais individuais, idade, vulnerabilidade e substâncias, interferem nos riscos, bem-estar e saúde, agravada na mistura com tabaco e álcool.
 
O consumo tem sido cego. O desconhecimento é falha preventiva: desconhece-se a qualidade e adulteração. 
Este situacionismo de anos traduz o sucesso na estratégia geopolítica e económica. 
Reagir ao abuso é contrapor bem uma estratégia sanitária e social. Educar e Prevenir: reduzir riscos relacionados com a nocividade das substâncias, na pessoa, forma e momento de uso, e doenças associadas. E para melhor prevenir e sendo preciso tratar, médicos e outros profissionais também devem saber o que é consumido.
 
Canábis de uso dito recreativo não é bem de primeira necessidade, mas o consumidor sabedor poderá optar. 
Interesses geopolíticos e económicos, investidores, apoiam a liberalização desta prazenteira fonte de negócio. Já acontece com o jogo, tabaco e álcool.   
Os comportamentos aditivos geram amplos lucros até oficiais e, sem Prevenção, geram inegáveis danos na saúde de consumidores e famílias. 
Onde falta Educação/Prevenção, estas fontes de prazer imediato exploram inocentes, ignorantes e aflitos. 
 
Face à ignorância e banalização da canábis, defendemos a intensa intervenção
em Redução de Riscos Educação Prevenção,
associando a estratégia de auto produção regulada
para reduzir o desconhecido e travar mais banalização. 

Mais do que um comportamento juridicamente legal, que depende de alguns eleitos, importa que seja "legal para Saúde" de todos,  o que depende da Educação de todos. Droga é a ignorância e malvadez                                                                                                    

Autor do projecto pedagógico  Mala da Prevenção do Mau Uso e Abuso de Substâncias Psicoactivas e de outros Comportamentos de Risco para a Saúde e Bem-estar individual familiar comunitário social e ambiental 

https://www.facebook.com/maladaprevencao.drluispatricio
http://maladaprevencao.blogspot.pt/
http://drogaparaquesaiba.blogspot.pt/

Obs: O interesse terapêutico dos canabinoídes e uso médico controlado, o interesse da canábis na cosmética e em outras áreas da indústria e comercio não foram aqui abordados.







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