sábado, 13 de junho de 2015

SEDUÇÃO PARA O CONSUMO de TABACO

 SEDUÇÃO PARA O CONSUMO de TABACO
O consumo de tabaco nas ruas tornou-se uma realidade reforçada pela lei que penaliza o seu consumo em espaços fechados. A lei terá sido criada para procurar reduzir a procura do consumo de fumo de tabaco.

Mas na realidade a sedução para o consumo mantém-se e aperfeiçoa-se.
A necessidade de consumir, por prazer ou por outras razões é uma realidade para muitos consumidores.

A necessidade de aumentar o conhecimento e assim promover a saúde é um dever de quem responsabilidades na Educação e na Saúde.

Aqui deixo para sua leitura o texto que escrevi em Maio de 2010 para o programa Causas Públicas, da RTP Antena1, que fiz com Filomena Crespo.


AINDA O TABACO E SEDUÇÃO PARA O CONSUMO

O consumo de tabaco continua a merecer a atenção dos ouvintes interessados em saber mais sobre este produto de consumo
Vamos continuar a reflexão sobre a promoção do consumo de fumo de tabaco.

Para muitas pessoas a produção de fumo de tabaco ainda está na moda ou é uma banalidade divulgada por familiares que consomem, divulgada por amigos que consomem e divulgada pela publicidade especializada.

Quando pensamos na relação de pessoas jovens com o consumo de tabaco, não podemos desvalorizar esse comportamento, e será um enorme disparate dizer que se trata apenas de uma brincadeira de crianças ou adolescentes.

A maioria dos consumidores dependentes inicia-se no consumo do fumo do tabaco antes dos 18 anos. E sabemos bem que a dependência de tabaco é um assunto muito sério para a saúde.

Sabendo-se o que já se sabe, ainda há pessoas jovens que aderem a este comportamento: consumir fumo de tabaco.

Há quem comece sozinho nas novas experiências e na criação de hábitos, mas temos que reconhecer que a força do efeito do grupo, pode ser muito grande.
É um grande reforço o que se faz no grupo, o efeito do consumo em grupo.  
Assim acontece com as experiências com tabaco e com outras substâncias psicoactivas.

Um adulto recorda facilmente situações da juventude em que sentiu a força do efeito de grupo, perante determinadas escolhas.

Os adultos consumidores de tabaco podem facilmente recordar o que se passou na sua adolescência, quando se iniciaram, sem desejar ficar dependentes.

Ao pensarmos na vivência da adolescência também temos que valorizar a importância do comportamento do melhor amigo.

Numa pessoa que esteja a viver um período de mudança e de adaptação, aumenta de forma significativa a importância de quem é significativo, a importância do seu melhor amigo.

Isso significa pois que os interesses dos amigos podem influir nos nossos comportamentos?

É claro que os hábitos do melhor amigo podem atrair-nos.
Quem tem amigos que fumam, quem viu ou quem vê os pais a fumar, ou quem vê os irmãos mais velhos a fumar estará mais susceptível para aceitar semelhante comportamento.

Assim a educação para a saúde deve ser feita desde que a criança compreende o que é a higiene.
A boa receptividade da informação e da formação na defesa da saúde, na promoção da saúde, deve ser feita regularmente e adequadamente durante a infância e até à pré adolescência.

Mas junto de adolescentes, em plena fase de descoberta, pode não ser muito útil apenas divulgar os danos causados pelo consumo de tabaco.

Muitos adolescentes até desejam correr riscos e o consumo pode ser uma forma de afirmação, de identificação e uma forma de fazer a integração junto de outros consumidores.

O consumo de tabaco não é inocente.
O facto de se fumar activamente pode provocar no consumidor efeitos sentidos como gratificantes e agradáveis.

A percepção do agradável e do gratificante pode estar associada aos rituais e até à exibição de fumar.
Mas também pode estar associada aos efeitos psicoactivos provocados pela absorção dos produtos da queima do tabaco.

No início do consumo de tabaco, a relação com o cigarro tem uma significativa força psicológica e mais tarde uma enorme carga bioquímica.

Apesar dos efeitos desagradáveis do fumo a pessoa iniciada pode insistir nessa atitude, como sendo a prova a superar, para confirmar que é capaz de fazer como os outros que fumam.

Sente-se reconhecido por fazer como os outros, valoriza a forma como pega no cigarro, a forma de o acender mesmo que por vezes faça triste figura tossindo e lacrimejando.

Em plena puberdade, durante a adolescência os interesses são outros, porventura opostos á saúde. Muitas vezes trata-se de um desafio, um teste aos limites.
Assim, a estratégia terá que ser outra.
Por isso, para além de ajudar a conhecer melhor os desgastes na saúde provocados pela poluição com o fumo do tabaco, há que ajudar a perceber como somos levados para esse consumo, como o consumidor é usado ou manipulado na relação com o cigarro.

De facto o consumidor é usado para manter a cadeia de produção de tabaco como se fosse um bem de primeira necessidade.
O consumidor é o centro dessa cadeia de interesses da indústria e do comércio de tabaco contrários aos interesses da sua saúde.

Temos que salientar que a publicidade seja explícita ou seja indirecta ou subliminar, tem por objectivo seduzir pessoas para o consumo.

O tabaco é apresentado de modo a que o provável consumidor o veja como um bem que pode promover a sua imagem, algo de bom e sempre agradável para a sua pessoa.

Seduz mais as pessoas que num momento do percurso da sua vida, estão mais disponíveis para fazer experiências de consumo. 
Dessas pessoas destacam-se os adolescentes, as mulheres e até crianças pré-adolescentes.
Perante estas situações, importa ajudar a perceber que a ceder ao apelo da publicidade que promove o consumo, sendo péssima para o futuro da saúde do consumidor, é muitíssimo importante para quem fabrica tabaco.
Por isso, para seduzir, fazem-se promessas de reforço de dotes masculinos ou de dotes femininos.
Talvez por isso os jovens e as mulheres são alvos prioritários na publicidade.

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